Por acidente, e por uma fome que já pedia urgência, com o combo de exigência e desejo de comer algo que fugisse dos padrões de estrada, eu e minha companheira decidimos seguir a intuição. E acertamos. Logo na entrada da cidade de Jucás, em junho, demos de cara com o Lá Cabaña, e de cara digo: o lugar é bom.
A primeira impressão? Um ambiente que mistura o rústico de uma churrascaria de interior com o toque ousado de quem quer mais — quer ir além da beira da estrada e se firmar como restaurante de respeito.
O atendimento foi um capítulo à parte. João Pedro, nosso anfitrião no salão, foi genuíno: simpático, direto e sincero. Contou que o cardápio havia sido reformulado naquele exato dia. Isso, para muitos, seria sinônimo de risco. Para nós, virou convite. A cozinha estava viva, pulsante, com algo a provar — e nada melhor do que clientes curiosos para incendiar esse tipo de energia boa.
O Prato da Madame: Filé de Frango à Parmegiana
Quem escolheu foi minha companheira — crítica, gastrônoma e sempre disposta a encarar o “novo prato” do cardápio. E o risco virou recompensa.
A porção veio bem servida, no ponto, com um molho de tomate claramente caseiro, fresco, com dulçor natural e acidez na medida. O frango, crocante por fora, suculento por dentro, nos lembrou de que simplicidade e cuidado sempre vencem fórmulas prontas. Um detalhe elegante: o prato escuro em que foi servido destacou visualmente todos os elementos, valorizando cada item. Apenas atenção à massa de acompanhamento, que ainda pode evoluir, mas nada que comprometa a harmonia do conjunto. No geral? Sabor satisfatório com toque de quem está disposto a crescer.
Meu Escolhido: Bife à Cavalo
Talvez um dos pratos mais subestimados do Brasil, mas que, quando bem feito, é uma celebração do essencial. Era exatamente o que eu queria. E me surpreendi.
A carne, mesmo na chapa, estava no ponto correto: macia, suculenta, sem gosto de ferro ou óleo saturado. O ovo, com a gema impecável, fazia jus ao clássico. O arroz? Soltinho, com textura de casa de vó. O feijão, com tempero que me trouxe lembranças afetivas, foi a assinatura final do prato. Veio até saladinha crua — aquela que a gente finge que é fitness, mas que tem seu valor pra dar um equilíbrio no paladar.
Um Brinde Merecido
Fechamos o jantar com duas cervejas geladíssimas no happy hour oferecido — e após um dia exaustivo de estrada e trabalho, foi o encerramento ideal. O tipo de parada que não serve apenas pra descansar: ela marca.
Detalhes que Enchem os Olhos
Lá Cabaña vai além do que muita capital sonha em oferecer. Talheres limpos e personalizados, porta-lenço, copos bonitos, tudo com cuidado e intenção. A essência do lugar está na vontade de fazer o básico com excelência. E olha que, em muitos lugares por onde já passei, o "básico bem feito" ainda é um luxo.
João Pedro não é apenas atendente. Ele é parte da proposta. E isso, no ramo gastronômico, não se finge. Se sente.
Resumo Final
Lá Cabana é um acerto fora da rota comum. Um lugar que tem cheiro de interior, alma de restaurante e potencial de parada obrigatória. Jucás pode até não estar no seu mapa hoje — mas talvez devesse estar. Principalmente se você, assim como eu, anda cansado de comida genérica e quer sentir de novo aquele calor do prato feito com vontade.
O restante das fotos ficam a critério de presença ou de ir conhecer de alguma forma.
Fotos - Social Media & Crítica
Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.
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