Entrevista - Rick "Avenger" Barros

 

- Para os leitores do site FullRock que não conhecem o trabalho de RICK BARROS, poderia descrever os principais pontos da carreira do seu projeto solo até aqui?

Agradeço imensamente à FullRock pelo espaço cedido. É um prazer com vocês e seus leitores. Sobre os “highlights” desse projeto, acredito que começam com o próprio elenco de músicos envolvidos. Reunir músicos como Thiago Bianchi (Noturnall/ Karma/ RTBH/ ex-Shaman) na produção, Marcell Cardoso (Karma/ Bittencourt Project/ Família Lima) na bateria e Raphael Dafras (Almah/ Edu Falaschi) no baixo, atribuiu bastante ao resultado final desse álbum. Em seguida, a repercussão dos singles “E@rth-2” e “Deathstalker” no YouTube, somando, juntos, mais de 50K views. A tiragem do álbum físico esgotada na Europa também é um marco muito importante. Ainda há muito trabalho a ser feito e mostrado, e espero logo estar logo na estrada, realizando os shows.

- “Reasons For My Vengeance” é o novo álbum do projeto e foi lançado através da MS Metal Records, como ele vem sendo recebido até aqui?

A recepção tem sido muito positiva. As críticas do público e dos veículos são 100% positivas, o que me instiga ainda mais a levar o projeto para a estrada. A MS Metal Records tem feito importantes pontes para a propagação desse álbum.

- Um ponto que salta aos olhos no álbum, é que você optou por não usar cantores para passarem a sua mensagem, algo pouco usual para um projeto de Rock ou Metal. Por qual razão resolveu seguir por este caminho?

Enquanto guitarrista, sempre tive uma vontade latente de me expressar por essa via musical, mas também de fazer escolhas ao meu próprio modo, desafiando certas crenças sustentadas pelas bandas das quais fiz parte, no que diz respeito à gestão e funcionamento do projeto. Acredito que a musica instrumental apresente potencialidade para abranger formatos específicos de apresentações e atrair o olhar de bandas maiores para futuras colaborações.

8- O seu som é difícil de ser rotulado, mas eu consegui enxergar similaridades com o Fusion. Você concorda com tal afirmativa? Caso não concorde, como você se definiria?

Acredito que a combinação com elementos de música erudita, baião e flamenco caracterizem uma espécie de Fusion, embora minhas música não correspondam à estética do Fusion tradicional, que combina frases blueseiras ou  jazzistiticas à linguagem do rock, como observamos em guitarristas como Scott Henderson, Frank Gambale, Allan Holdsworth, Guthrie Govan e André Nieri.

 - Particularmente gostei bastante de “Deathstalker (The Last Hell Crusader)”, pois ela meio que sintetiza o que temos em todo o disco. Como vem sendo a aceitação dela com o público, e quais do material vem sendo mais pedidas nos seus shows?

A “Deathstalker” é uma música muito bem aceita nas apresentações e, frequentemente, é utilizada por fãs e amigos em seus stories no Instagram. Para mim, ela é muito importante por trazer essa brasilidade que é muito natural para mim. Embora outros guitarristas também usem esse recurso do baião no metal, para mim não se trata exclusivamente de uma relação de influência deles, mas de ancestralidade. Embora eu seja paulistano, minha família veio do sertão, da caatinga. A melodia do modo nordestino, pra mim, tem cheiro, sabor e textura. Me emociono sempre que toco Asa Branca, porque é uma música que minha falecida mãe cantava com candura, me mostrando a sensibilidade de cada nota que conta a dor e a beleza do sertão.

 - A produção do CD é outro fator importante, o que você pode nos dizer sobre o processo de produção de “Reasons For My Vengeance”?

Foi um processo bastante extenso, devido à agenda dos músicos envolvidos. O Thiago Bianchi esteve comigo desde o início, produzindo as ideias das demos. Em seguida, o Marcell e o Raphael elaboraram suas partes. As baterias foram gravadas no Estúdio Fusão, os baixos no home Studio do Raphael e as guitarras foram gravadas no meu home Studio. Em seguida, guitarras e baixos passaram por reamp no Fusão. Para os timbres de guitarra, utilizei 3 guitarras Blend, modelos Meka, TL e DC, com cordas .010. A TL e a DC são equipadas com captadores Malagoli, enquanto a Meka é equipada com captação Seymour Duncan. No estúdio, utilizamos um Mesa Boogie Mark V com uma caixa 4x12 Marshall 1962 para realizar o reamp. Passei uma semana fazendo mixagem e masterização com o Thiago até que atingíssemos o melhor resultado.

- Confesso que demorei muito para entender a sua proposta musical, este tipo de afirmativa tem chegado ao seu conhecimento através de outras pessoas? Quais referências musicais você busca no momento de compor as suas canções?

Esse tem sido um ponto em comum citado nas entrevistas. Como a maior parte dos guitarristas da minha geração, há algumas influências fundamentais, como Eddie Van Halen, Steve Vai, Joe Satriani, Randy Rhoads e outros nessa linha. Eu acrescentaria ainda o Kiko e o Rafael do Angra, mas, durante a produção do “R4MV”, me aproximei da produção de guitarristas como Andy James e Marc Rizzo. Olhando para a guitarra metal, tenho influências em todas as vertentes, principalmente Death, Prog, Heavy e Power. Todos os estilos possuem grandes gênios.

- Recentemente recebi o produto físico e fiquei de queixo caído com a arte da capa. Como ela é muito subjetiva, teria como nos ajudar a compreendê-la?

A arte foi feita pelo amigo Ernst Eskelsen, e possui muitos “easter eggs”, além de retratar a temática central do álbum, baseada no embate homem x máquina. O Ernst é muito imerso no universo “geek” e teve bastante liberdade em explorar isso para aproximar o meu trabalho das novas gerações. Convido o público a investigar essa capa e apontar suas referências. Acho importante não ficar preso a um significado restrito, mas que o público também estabeleça relações e impressões.

- Quais os planos do projeto para um futuro próximo? Um novo álbum já está sendo composto? Pretende seguir o mesmo direcionamento musical?

Eventualmente, estou compondo riffs, instrumentações e experimentando arranjos. Já possuo algumas ideias explorando a guitarra de 7 cordas, indo por um caminho mais pesado, progressivo e técnico, mas ainda é cedo pra afirmar que esses ensaios sejam um embrião de um futuro álbum. Ainda há muito para explorar em “Reasons For My Vengeance”. Desejo excursionar, em breve, e produzir mais materiais relacionados a ele.

- Obrigado pelo tempo cedido para a equipe da Fullrock, é chegado o momento das considerações finais…

Sou eu que agradeço pela oportunidade de falar com vocês e os leitores da FullRock. Convido todos a visitarem meu site oficial (rickbarros.com.br) e minhas redes sociais (@rickbarrosofficial) para mantermos contato. Será um prazer me corresponder com todos. Forte abraço! Stay Metaaalll!

 

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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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