R.S.U: ''Falta mais união entre as bandas, essa é a verdadeira realidade''

A banda R.S.U vem diretamente de Teresina, composta por: Fabio Dogão (Vocal/Guitarra), Pádua ''Patim'' Belo (Baixo/Backings) e Sandro Saldanha (Baterista/Backings).Os mesmos apostam em uma música direta e bem coesa, com letras em português e sem medo de passar a mensagem feroz sobre das dificuldades que a sociedade enfrenta, sejam elas no cotidiano ou na vida pessoal.
A seguir uma breve entrevista realizada, onde eles contam a história da banda, as influências e o momento atual em que vivem! Confiram!

Pedro Hewitt: Saudações amigx do RSU, quem ainda não os conhece, se apresentem, passem o papo reto, e quem já conhecem o Hardcore de vocês mandem o recado de sempre.
Fábio Dogão: E aí meus amigos, Fabio Dogão, vocalista e guitarrista, tudo bem?
Pádua Belo (45 anos), toco guitarra e baixo, atuando no Underground a mais de 20 anos. Bandas: Hi-Tech, Soudcreep, Káfila, Degüella, Vulgo Garbus e R.S.U

Sandro Saldanha, baterista do R.S.U, Narguile Hidromecânico, entre outras.

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Pedro Hewitt: Atualmente vemos a que ponto a população chegou. Julgam de forma insignificante quem não concorda com as idéias, usam o ódio como forma de argumento, se tornaram selvagens a ponto de destruir até uma amizade de anos. O RSU cria impacto e talvez incomode muita gente devido a letras e posturas que seguem. Com punhos e dentes, a banda em meio esse front, qual a esperança que esperam?
Fabio: Procuramos passar algo de positivo nas letras, que traga reflexão, igualdade e justiça para todos. Claro, que as vezes uma ou outra posição de ideia não bate, mas sabemos respeitar as opiniões e procuramos ir pelo lado correto e mais justo. Os incomodados são pessoas que muitas vezes não nos conhecem de verdade, não precisamos ser doidinhos pra agradar ninguém, precisamos apenas fazer o correto e ter humildade e respeito com todos. Somos legais, eu garanto (Risos)

Patim: A banda tem como discurso e mensagem a ''união'', a busca através da música por um mundo aonde todos possamos conviver com suas diferenças e opiniões. Respeito acima de tudo. Nossas letras tem o objetivo de fazer as pessoas refletirem sobre o nosso mundo.

Pedro Hewitt: Somos julgados de muitas formas devido essa política e situação brasileira, “PECCATUM MORTIFERUM” realmente é um trabalho fenomenal que destila um som rápido e objetivo. Falem mais sobre sobre o conceito.
Fabio: Este álbum ficou muito bom, eu curti demais, o Patinho nosso baixista tinha a ideia de falar sobre os pecados capitais no papel já antes de tudo e alguns esqueletos de harmonia prontos, eu adicionei algumas outras musicas, fiz algumas letras, juntamos tudo e deu nisso.

Patim: O nosso disco é conceitual e fala dos pecados capitais, de uma forma que faça com que as pessoas pensem como elas vivem. Como o mundo interfere nas duas vidaas, como se pode fazer para melhorar o nosso mundo.

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Pedro Hewitt: Vocês sabem, existe aquele velho comentário que a banda é de Playboy, apoiador de falácias, algo altamente contraditório dos que falam. Qual o recado da vez?
Fabio: Quem nos julgam, não nos conhecem, tudo o que temos é fruto de muito trabalho, ninguem nasceu em berço de ouro e se tivesse nascido, também não tinha problema algum. Não precisamos morar na periferia pra entender o que é errado. Procuro investir em mim, em bons equipamentos pra trazer qualidade pra banda, mas tudo o que tenho é fruto do meu proprio esforço e já estou neste meio a mais ou menos 16 anos, já deu pra economizar e comprar umas coisinhas legais de la pra cá também né (Risos)

Patim: Nós somos uma banda Undergrounde de Hardcore/Punk Rock. Eu tô nesse meio a mais de 20 anos, o meu passado fala por mim. Eu lamento que algumas pessoas deixem de se preocupar com o mais importante, que é a música e se deixem levar por esse pensamento medíocre, que é da onde fulano é ou deixa e ser. Você não precisa ser da periferia pra tocar Punk Rock e Hardcore. Para tocar no Underground precisa de respeito e união.

Pedro Hewitt: Como anda a movimentação de protesto através das bandas por aqui? O que estão achando do cenário HxCx nacional? Com total humildade, quais os tipos de bandas na atualidade que merecem ser entendidas como Undergrounds e “médias”, e aquelas que, na opinião pessoal de cada um, claro, não mereciam ser?
Fábio: Não estamos aqui pra julgar banda nenhuma, cada uma tem sua história e suas ideias. Minha preocupação é apenas com a cena do Rock em geral, as pessoas antigamente eram mais curiosas, saiam pra ver ou conhecer de verdade as bandas, queriam ver e ouvir ao vivo. Davam valor se reunir e se encontrar. Não sei o que está acontecendo ao certo e os produtores que investiam antes no estilo e no cenario, estão deixando de apostar pois não está mais sendo rentável nem pra pagar o próprio evento. Tá complicado

Patim: Cada banda tem sua maneira de passar sua mensagem, quem sou eu para apontar que banda merece ser considerada Underground ou não. Não é nosso papel. Toda banda que não está no (Mainstream) é Underground, independente de sua mensagem.

Pedro Hewitt: Sem apelar a aspectos massivos, vocês usam 100% de letras brazucas, de qual forma deixam elas organizadas e fazendo que não fiquem chatas? Qual a importância do português hoje em dia no Underground?
Fabio: Cara, o som e as letras sao diretas e sem firulas, algo que você consegue escutar de primeira e entender o recado. Nossa receita é essa. Não precisamos poetizar e nem falar bonito pra dizer o que tem que ser dito (Risos)

Patim: Eu acho que a letra em português ajuda a mensagem a chegar em um maior número de pessoas e facilita o entedimento por parte das pessoas que ouvem nossa música. Nossa mensagem é direta e reta sem frescuras, por isso não fica chata.

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Pedro Hewitt: O mercado musical anda daquele jeito que imaginamos anos atrás. Como percebem a inserção dos materiais lançados até o momento de vocês no cenário nacional?
Fabio: Temos apenas 1 ano de R.S.U. somos ainda recém nascido. Queremos tocar muito ainda, levar nosso som e show pra onde der. Esperamos também que as pessoas tenham pelo menos curiosidade uma vez pra ouvir nossas músicas e que compartilhem (Risos), é muito importante pra gente. As pessoas compartilham tanta besteira nas redes sociais, mas quando soltamos um álbum novo ou alguma musica, ninguém ajuda ninguém. Um simples compartilhamento seria algo grandioso, chegaríamos bem mais longe. Falta mais união entre as bandas, essa é a verdadeira realidade, mais seguimos fazendo nossa parte.

Patim: Nós estamos muito satisfeitos com a aceitação do nosso material do meio Underground. Para uma banda que não tem 1 ano de existência, tem sdo bem recedibo o nosso material. Ainda temos muito trabalho pela frente, o cenário Underground necessita de muito trabalho e união, nós vamos fazer nossa parte. Produzir, gravar, tocar, divulgar...

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Pedro Hewitt: O HxCx THE está repleto de bandas boas, porém existe outras que não possuem ao menos uma postura que preste. Como vocês observam tais bandas dessa forma e ganhando aquela velha “fama de 15 minutos”?
Fábio: Como disse anteriormente, não estamos aqui pra julgar banda nenhuma, cada um é dono do seu proprio umbigo, se você faz algo positivo, você colhe coisas boas. A galera que está neste meio já tem uma certa idade, ja são bem grandinhos (Risos)

Patim: Eu acho que tem espaço para todos, em Teresina existem muitas bandas boas que merecem todo nosso respeito. O Underground é livre, não impota se a banda é boa ou ruim. Para mim o importante é manter a cena unida e forte.

Pedro Hewitt: O Nordeste já os conhece devido outros projetos paralelos, seja de bandas mais recentes e outros mais antigos.  Falem mais da experiência que tiveram e das próximas perspectivas.
Fábio: Esta bagagem que temos é muito importante, dá mais segurança pra subir nos palcos e dar credibilidade pra assumir novos desafios. Esperamos em 2019 lançar mais coisas novas, e participar de muito mais festivais aqui na terrinha e quem sabe fora do Piauí também (Risos)

Patim: A minha experiência no Underground é muito boa. Eu aprendi com o Underground que nós temos que nos unir pela música, pela cena, só assum vamos colher os frutos do nosso trabalho. Nós vamos continuar trabalhando forte e com respeito, nosso objetivo é passar nossa mensagem e fortalecer a cena com União e Respeito.

Pedro Hewitt: O que vocês acham dessa galera que faz sucesso muito rápido hoje em dia, isto é, sobre o mercado mais atual?! E desses movimentos em prol do Rock atual, como coletivos, etc...?
Fábio: Sucesso é fruto de um trabalho bem feito, misturado também com uma boa pitada de sorte, pois este trabalho precisa também chegar mais rapido nas mãos das pessoas certas. Infelizmente nossa localização geográfica atrapalha muito, estamos bem distante do sudeste, onde as coisas acontecem com bem mais força. Vamos por aqui dando nossos pulos.


Patim: O sucesso é relativo, você pode fazer sucesso no seu bairro e não fazer no resto da cidade. Eu acho válido toda e qualquer maneira de fortalecer o Underground, se for pra unir e valorizar a cena tem todo o meu apoio. Se for para colocar a música Underground em primeiro plano, melhor ainda. Para mim, a música é mais importante indepentende como ela vai ser divulgada.

Pedro Hewitt: Falei também que surgiram julgamentos de Playboy e etc ao RSU, o que vale responder alguns quesitos, dentre eles; qual a diferença entre ser um músico “profissional” que toca Hardcore/Metal, é ser um Punk/Headbanger que toca os mesmos?
Fábio: Músico profissional = a profissionalismo, procurar fazer as coisas bem feitas, com qualidade, ter um instrumento bom, um amp bom, e coisas de qualidade melhora a sonoridade, é menos dor de cabeça e te dar segurança e prazer ao tocar e em ouvir. Atualmente as bandas investem nisso, compare um cd do RDP de décadas atrás com hoje em dia, tudo o que temos é fruto do nosso trabalho e são anos e anos fazendo upgrades pra termos os nossos trecos de hoje. Quem está proximo a gente sabe da verdade.

Patim: Eu não sei o que é ser um músico profissional, porque eu não sou profissional, infelizmente eu não vivo de música. Sobre ser Punk, acho que Punk é ter atitude de questionamento sobre a sociedade em que vivemos. Pra ser Punk não precisa ser um fodido drogado da periferia. Ser Punk é muito mais do que isso, é ter um discurso coerente e uma postura de rebeldia diante das mazelas da sociedade.
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Pedro Hewitt: O que é o Fábio Gomes, Pádua ‘'Patim’’ Belo e Sandro Saldanha hoje?
Fábio: Grandes amigos de velhas estradas.

Patim: Um cara que ainda está vivo por causa da música, da familia e da namorada. ''Eu sou o que eu faço''

Pedro Hewitt: Gula fatal, aqui fechamos com muita Ira e sem Preguiça vamos ao front. Considerações finais? A Luxúria com a Vaidade são armas fatais, que sem controle gera Inveja e pura Avareza. Noise sempre!
RSU: Obrigado pela oportunidade de trocar esta ideia, conte conosco sempre!
Grande abraço e até breve.

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Créditos fotos: Divulgação - Flávio Lopes - Caverna Produções
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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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