- Para os leitores do site FullRock que não conhecem o trabalho da VARTROY, poderiam descrever os principais pontos da carreira de vocês até aqui?
A Vartroy nasceu em setembro de 2004, comigo — Marcos Garcia — com o objetivo de fazer um som autoral no estilo NWOBHM. No início de 2005, a formação da banda já estava solidificada; lançamos a primeira demo, Came to Stay, e começamos a fazer shows e apresentar nosso trabalho.
Em 2008 saiu o primeiro full-length — Beginning — seguido por alguns singles e mudanças na formação. Mas, em 2010, decidi dar um break, organizar a casa, e em 2012 lançamos um novo álbum — Some Years Later.
Depois disso, vieram mais alguns singles, até que em 2018 decidi transformar a banda em um grande collab. Foi aí que lançamos o álbum Daydreams.
Em 2020, a Vartroy virou oficialmente meu projeto solo. De lá pra cá, lancei vários singles e álbuns, como A New Dawn, Muted by the Pain e o mais recente Anomaly Reimagined.
- “Anomaly Reimagined” é o novo álbum da banda e foi lançado pela MS Metal, como ele vem sendo recebido até aqui?
O feedback do álbum tem sido muito positivo, tanto da imprensa quanto dos fãs. Esse trabalho trouxe um peso e uma maturidade importantes pra Vartroy.
- Um ponto que salta aos olhos no álbum, é que vocês optaram pelo inglês para passarem as suas mensagens, em detrimento do português, algo pouco usual para banda de Rock ou Metal. Por qual razão resolveram seguir por este caminho?
Acredito que o inglês é a língua universal do metal — você conversa com o mundo todo, inclusive com o mercado nacional. Claro que isso não impede de fazer músicas em português (e sim, existem planos pra isso), mas acaba sendo mais natural criar em cima do que você já tá acostumado.
- O Som da VARTROY é difícil de ser rotulado, mas eu consegui enxergar similaridades com o Heavy/Rock. Vocês concordam com tal afirmativa? Caso não concordem, como vocês se definiriam?
Sim, acho que essa seria uma boa definição porque abrange praticamente tudo.
No começo, com Came to Stay e Beginning, existia um molde musical a ser seguido — o NWOBHM. Mas do Daydreams pra cá, a ideia tem sido expressar o que a música pede, sem se preocupar com rótulos.
Hoje eu diria que a gente faz um rock/metal sem muita frescura, no sentido de que não existe essa preocupação com estilo. Se sair algo mais voltado pro rock and roll, hard, metal, thrash, punk... está tudo certo! O importante é que o resultado final seja coerente com o que aquela música queria dizer.
- Particularmente gostei bastante de “Fairy Tale”, pois ela meio que sintetiza o que temos em todo o disco. Como vem sendo a aceitação dele com o público, e quais do material vem sendo mais pedidas nos shows da banda?
A Vartroy, hoje, está mais focada na produção de material autoral. Por enquanto os shows estão on hold, mas nada impede a participação em algum festival.
Fairy Tale é uma música muito forte, tanto na pegada quanto na letra, e também é uma das minhas preferidas — embora eu seja suspeito pra dizer. A recepção dela, assim como das outras, tem sido muito positiva. Eu diria que músicas como Torments of War, Fairy Tale, Ride of the Clown, White Rabbit e Endless Loop estão entre as mais comentadas.
- A produção do CD é outro fator importante, o que você pode nos dizer sobre o processo de produção de “Anomaly Reimagined”?
Tudo na Vartroy sempre foi feito de forma totalmente independente, desde o início. E os novos trabalhos continuam seguindo essa mesma linha. Toda a produção, gravação, mixagem e masterização do álbum foram feitas por mim, Marcos, no meu home studio. Foi um processo bem tranquilo, que levou o tempo que precisava pra ser concluído.
- Confesso que demorei muito para entender a proposta musical de vocês, este tipo de afirmativa tem chegado ao conhecimento de vocês através de outras pessoas? Quais referências musicais vocês buscam no momento de compor as canções da VARTROY?
Confesso que esse tipo de feedback, pra mim, hoje, é muito positivo, porque vai de encontro com esse desejo de não ficar preso a uma única caixa ou rótulo dentro do rock/metal. Como já falei, a ideia é se expressar, trazer o que a música pede, o que aquela mensagem pede, sem se preocupar com rótulos ou vertentes do estilo. E parece estar funcionando, porque cada pessoa acaba tendo uma percepção diferente do som que está sendo feito.
Hoje eu diria que as maiores influências da Vartroy são bandas como Alter Bridge, Black Stone Cherry, Halestorm, Slash, Myles Kennedy, Pearl Jam, Iron Maiden, Metallica, Angra, Jinjer, Green Day, Dead Sara… e por aí vai.
- Recentemente recebi o produto digital e fiquei de queixo caído com a arte da capa. Como ela é muito subjetiva, teria como nos ajudar a compreendê-la?
Quase todas as letras desse álbum expressam um descontentamento, uma angústia ou até mesmo uma revolta com a forma como a gente acaba preso nas amarras da sociedade. São muitas imposições, promessas vazias… Muita gente acaba virando escrava do trabalho (às vezes por falta de opção, às vezes pra tentar pertencer a um grupo social), ou escrava da promessa de uma vida que não existe, da ilusão das redes sociais, e por aí vai. A sensação é que quem está preso nisso acaba sendo uma marionete, controlada por quem realmente tem o poder nas mãos e se satisfaz com tudo isso. Esta foi a inspiração para a capa do disco.
- Quais os planos da banda para um futuro próximo? Um novo álbum já está sendo composto? Pretendem seguir o mesmo direcionamento musical?
O single Burnout acabou de ser lançado agora, em 15 de agosto de 2025 – ele faz parte de um álbum que está em fase final de produção e deve sair no final de 2026. Já no dia 15 de dezembro de 2025 chega o Fragments of Memories, que vem com uma proposta bem diferente do Anomaly Reimagined.
Atualmente, estou finalizando as gravações e mixagens do álbum que será lançado no primeiro semestre de 2026, possivelmente em 15 de junho. Esse eu considero mais um marco na história da banda, tanto em termos de composição quanto de maturidade. Talvez seja o material mais importante da Vartroy até aqui.
- Obrigado pelo tempo cedido para a equipe da Fullrock, é chegado o momento das considerações finais…
Eu que agradeço pela atenção e pelo interesse na Vartroy. Desejo o mesmo para todos vocês!
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Mais uma vez, muito obrigado! Um grande abraço pra todos.
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