Entrevista - Strigah

 

Obrigado pelo tempo a nós cedido, Kaio. Pode nos contar um pouco sobre a história da STRIGAH?

Evoé! Bom estar aqui.

Olha, do ponto de vista ideal, a Strigah já existe há muito tempo. Me lembro de estar, há uns 15 anos atrás, com minha banda antiga (NUIT) e falar para a baixista (Thais Cine): “Um dia terei uma banda chamada Strigah.” Ali foi a primeira manifestação da banda. Mas, de um ponto de vista mais concreto, com a galera já junta e iniciando os ensaios, a Strigah surgiu em 2022.

Quando a banda estava na minha cabeça, ela era mais pesada, mais obscura. Mas com a chegada dos integrantes, a banda se manifestou de forma mais bonita e elegante (cada vez mais). Ganhou atmosfera e harmonia entre as formas. A banda é mais bonita e mais complexa fora da minha cabeça do que dentro dela. E isso se deve à colaboração de todos os membros. (E dos fãs.)

“Xamanismo Urbano” é o novo single da banda, mas como foi a recepção dos trabalhos anteriores a ele? Eles supriram as expectativas de vocês, músicos?

Tudo correu como imaginávamos. Nosso primeiro EP, A Natureza e o Sistema, foi um trabalho de autoconhecimento. Precisávamos saber do que somos capazes e, acima de tudo, o que verdadeiramente desejávamos fazer. Xamanismo Urbano foi lançado como uma espécie de campanha contra as queimadas da Amazônia e a destruição da vida em nome do lucro e do poder político da pior qualidade. Eu considero esses trabalhos, digamos, como a entrada do prato principal: serviremos nossas novas músicas em breve, e estarão uma delícia. [Risos]

Eu os considero uma banda de Modern Metal, mas como a banda se vê dentro do contexto “Metal”?

Essa pergunta é uma bênção e uma maldição. Bênção porque eu não sei responder, e isso é um sinal de que existe algo aí de original. Maldição porque ficamos sempre devendo uma resposta para as pessoas que fazem essa pergunta sincera. Então, para não ficarmos com a angústia da não resposta, invoco dois grandes amigos da cena em quem confio muito: Naty Core e Luiz (Delegas) Alcamin. Naty Core nos considera um groove metal moderno. O Luiz diz que somos uma mistura de Five Pointe O, Meshuggah e Chimaira – algo como groove, com djent, com nu metal e metalcore. [Risos]

Eu acho que temos algo de atmosférico também, mas isso mais para os novos trabalhos. Sugiro que o público confira e faça sua própria apreciação. Pergunta difícil!

Dentro desta perspectiva, o que este novo trabalho representa para vocês?

Xamanismo Urbano é um protesto, é uma música com um certo apelo moral e vitalista. Como disse, foi lançada no susto, quando a situação das queimadas se tornou absurda. Já nosso novo álbum, que sai ano que vem, me parece um desenvolvimento natural e criativo da banda. Estamos indo muito bem e gostamos muito de criar e tocar ao vivo. Para mim, particularmente, a banda ganhou em maturidade, e eu estou escrevendo letras ainda poéticas e profundas. Estou ansioso para mostrar as coisas novas que estamos fazendo.

A produção é bem coerente com a proposta musical, que é bem direta, crua. Como se deu o processo de produção e onde foi realizado?

Isso também foi um dos motivos de termos escolhido Xamanismo Urbano para lançar antes do novo álbum. Quem ficou responsável pelo trabalho foi Yukio Hara, produtor, guitarrista e idealizador da banda Unholy Harakiri (confira aí, que é muito bom!). Xamanismo Urbano pedia uma produção um pouco mais crua do que o trabalho anterior. Então essa música está bastante orgânica em comparação ao que fizemos antes. Lembro que também lançamos um single chamado NEURAL ERROR 0x425, que é um remix voltado para o metal/dubstep feito pelo DJ Harm Onix. Então, precisávamos voltar ao orgânico depois de tanta tecnologia. Foi esse o resultado.

Quem assinou a arte da capa do trabalho? Por qual razão o escolheram?

Ah, sem dúvida, a capa é parte essencial da experiência com esse single! Quem a fez foi o artista Dr. Julian Brozozowsk. Eu o conheci em um curso de espectrologia, onde ele foi meu professor. Ele compõe também para um trabalho musical chamado Tutatis Malogro e fez a capa de livros de filosofia de diversos artistas contemporâneos. Eu sabia que ele faria um trabalho magnífico com nossa capa. Basicamente, mostrei a letra e ele resolveu a imagem com maestria.

Ainda falando sobre a arte da capa, qual a mensagem incutida nela?

Tem muito ali. É possível fazer diversas leituras. A minha é a seguinte: o que temos na capa é a representação de um êxtase xamânico. O xamã da imagem, em um contexto urbano, está em um estado de fusão e elevação com diversos elementos orgânicos e não orgânicos. É exatamente a experiência estética que desejamos com a música.

Já conhecem a Bahia? Está nos planos passarem por aqui na turnê de Xamanismo Urbano?

Não conhecemos a Bahia, mas surgiram uns convites aí, hein? [Risos] Estamos conversando com os caras do Unholy Harakiri e de outras bandas aqui da região (Id Est Me? Atropelo?) para metermos uma turnezinha ano que vem. Quem sabe aparecemos pela Bahia. Será que está calor aí?

Vindo pra cá, imagino que mais estados do Nordeste lhes abraçariam facilmente. Algo no sentido de uma turnê no Nordeste já está sendo trabalhado?

Então, estamos pensando sobre isso. Pensamos em BH e Sul. Mas pensamos no Nordeste também. Parece interessante e queremos mostrar nosso som ao vivo para vocês!

Quais são os planos da STRIGAH para 2024?

Muita coisa! Álbum novo, clipe, turnê, merchandising nova... Enfim, estamos pensando em ampliar tudo o que temos, e as coisas estão caminhando para isso. Parece que será um bom ano. Tomara...

Obrigado pela entrevista, Kaio! Muito axé na sua vida e que a STRIGAH alcance todos os seus objetivos...

Agradeço o espaço e a recepção. Valeu demais. Axé pra todos aí da equipe.

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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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