Entrevista: Killing in a Bad Moon

 

- Para os leitores do site FullRock que não conhecem o trabalho da KILLING IN A BAD MOON, poderiam descrever os principais pontos da carreira de vocês até aqui?

Beleza, vamos fazer um resumo:

Somos quatro personagens do underground de Curitiba e formamos o KILLING IN A BAD MOON, que nasceu a partir de um encontro proporcionado por uma matéria do jornalista Sandro Moser que revisitava a fervilhante cena musical de Curitiba dos anos 90, cena de notoriedade nacional na época. Somos músicos moldados em diferentes bandas, hoje juntos somamos histórias e estilos distintos formando um “caldo” com ingredientes do Metal Alternativo, Metal Moderno, Stoner e Punk Rock, com uma profunda raiz nas dinâmicas do Alt-rock dos anos 90.  Shades Before Dawn, Holy Death, Boi Mamão, Sugar Kane, MaTeMa, Water Rats, Resist Control, DjAllen, Squalidus foram ou são bandas que participamos e tivemos forte influência na cena underground curitibana e brasileira, algumas com forte atividade até hoje. O material da Killing está listado em todas as plataformas de áudio e em nosso canal no Youtube.

- “Killing in a Bad Moon” é o primeiro álbum da banda e foi lançado de forma independente, como ele vem sendo recebido até aqui?

A gente se preocupou em captar o máximo de nossas emoções nesse álbum, e ele continua a ser bem recebido, acho que atraímos um tipo de atenção ou curiosidade, apesar de estarmos em um momento “mundial” de falta de tempo e um tempo de muito tudo e muito nada!!  Nossos filhotes tem nos deixado orgulhosos! Temos 6 singles, 1 álbum e vários vídeos.

- Um ponto que salta aos olhos no álbum, é que vocês optaram pelo inglês para passarem as suas mensagens, em detrimento do português, algo até usual para banda de Metal. Por qual razão resolveram seguir por este caminho?

Achamos que combina, cola melhor nesse nosso estilo, mas não descartamos um dia utilizar o português ou o espanhol em ideia(s), o inglês facilita e abre outras portas internacionalmente. Aqui o Metal é um estilo bem “nichado”, mesmo existindo muitos apaixonados pelo estilo.

- O Som da KILLING IN A BAD MOON é difícil de ser rotulado, mas eu consegui enxergar similaridades com o Modern Metal. Vocês concordam com tal afirmativa? Caso não concordem, como vocês se definiriam?

Sim, concordamos. Mas acho que temos mais outras influências que vem do Metal Alternativo, Heavy Metal, Stoner, Punk Rock e do Alt-rock dos anos 90.

- Particularmente gostei bastante de “Permanent Holiday”, pois ela meio que sintetiza o que temos em todo o disco. Como vem sendo a aceitação dele com o público, e quais do material vem sendo mais pedidas nos shows da banda?

Obrigado!! Essa é uma música mais introspectiva, pensativa, a letra de Permanent precisa de uma harmonia que sustente um contexto mais íntimo, uma melodia mais marcante e não tão complexa. É uma composição com maior densidade emocional, o público gosta, mas existe uma tendência em preferir nossas músicas mais energéticas no show.

- A produção do CD é outro fator importante, o que você pode nos dizer sobre o processo de produção dele?

O álbum teve uma tiragem muito pequena em CD que foi distribuída para parceiros e em divulgação. A mídia CD infelizmente não tem (ainda) o “revival” que o vinil tem, mas gostaríamos de ter uma prensagem tanto em CD quanto em vinil para oferecer como algo colecionável.

- Confesso que demorei muito para entender a proposta musical de vocês, este tipo de afirmativa tem chegado ao conhecimento de vocês através de outras pessoas? Quais referências musicais vocês buscam no momento de compor as canções da KILLING IN A BAD MOON?

Sim, essa é uma coisa que temos ouvido, mas não nos surpreende!  Nossas músicas não são repetições de uma mesma ideia e não existe um estilo em que a gente possa ser encaixado com facilidade. Nós não somos aquele tipo de banda que atira para todo lado para ver onde pega, mas com certeza trabalhamos dentro de um espectro que é composto tanto pelas influências que cada um traz para a banda, quanto pelas diferentes nuances de sentimentos humanos que tentamos expressar através da música. O feedback que a gente tem sempre é “faz tempo que não se ouve músicas assim”, que no caso entendemos por músicas com começo, meio e fim diferentes um do outro e que traduzem algum sentimento real.

O mundo está cheio de bandas repetindo fórmulas que deram certo mas que se perderam no xerox do xerox, vemos com maus olhos essa coisa formulaica e pasteurizada que domina o cenário musical atual, o mundo já foi melhor em oferecer coisas diferentes e surpreendentes. Em outros tempos o mainstream se beneficiava das inovações, era cíclico e já aconteceu várias vezes - o rock’n’roll dos anos 50 chacoalhou o marasmo da música na sua época, a psicodelia nos anos 60, o punk nos anos 70, o thrash metal nos anos 80, o grunge nos anos 90. Mas parece que a partir dos anos 2000 em diante gradativamente foi-se formando um lugar de conforto na praia do pop punk, no rock “chapa branca” e no rap e R&B boa praça. Esse marasmo associado com a descentralização proporcionada pela internet tirou essa força da música inovadora. Existem bandas legais, mas são uma minoria e estamos atrasados aí uns 20 anos em ter bandas que realmente se choquem com os sistemas vigentes e façam as pessoas olharem para música como algo motivador. Existem as bandas inovadoras e surpreendentes, mas elas acabam nunca quebrando a barreira do underground, não vemos isso com bons olhos porque as bandas acabam não se profissionalizando. Nossa visão é de que isso vai mudar em algum momento, é insustentável para o mainstream ficar só trocando a cara dos artistas quando eles ficam velhos, enquanto se faz a mesma música de sempre. Penso também que essa mudança depende de a gente buscar coisas novas em lugares diferentes, reclamam que o tiktok e o instagram estão infestados de gente fútil, mas ninguém sai de lá. Bora sair da internet e ir em um show de suas bandas locais!! quem sabe não encontra uma pérola rara e apresenta ela para o mundo.

- Recentemente recebi o produto digital e fiquei de queixo caído com a arte da capa. Como ela é muito subjetiva, teria como nos ajudar a compreendê-la?

A arte é do Jaime Silveira (jaimesilveira.com), um artista foda aqui de cwb que faz design gráfico pro Brasil e pro mundo... é um camarada de muita sensibilidade e viu uma energia, calor e mistério no nosso som.

- Quais os planos da banda para um futuro próximo? Um novo álbum já está sendo composto? Pretendem seguir o mesmo direcionamento musical?

Nossa meta é entregar mais alguns singles e seus respectivos vídeos e deixar no ponto nosso 2º álbum, que está no caminho.  

- Obrigado pelo tempo cedido para a equipe da Fullrock, é chegado o momento das considerações finais…

Temos uma mensagem para propagar e a música certa para infectar as pessoas com essa mensagem. Muito obrigado pela conversa e oportunidade. Teremos mais dessas, esperamos para breve.

Grande abraço!

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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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