A música extrema tem o poder de
transcender audições, causar impactos variados e registrar as maiores reflexões
sobre a sociedade, criando laços profundos entre artistas e seus ouvintes
presentes. Neste momento, no mundo Pericardium da banda AFalange, uma força que
resiste, existe e pulsa no cenário musical de Teresina, registra e cativa o
público com sua música inovadora e letras profundamente envolventes, e que
temos a honra de sentar e conversar com o vocalista principal da banda,
Alexandre Aquino.
Nesta entrevista exclusiva,
exploramos o trabalho atual da banda, suas atualizações de formação e
desvendamos algumas das curiosidades por trás das letras que encantam os ouvintes
por aí. Enquanto Alexandre Aquino compartilha sua visão, inspirações e o que
impulsiona a AFalange para continuar inovando e inspirando o cenário musical, faça
o streaming dar play de imediato.
Pedro Hewitt - Em primeiro
lugar, parabéns pelo lançamento do mais recente single, 'O Gosto de Vencer Sem
Ganhar'. É uma grande honra tê-los aqui para compartilhar insights sobre esta
música emocionante. Poderiam nos contar um pouco sobre a inspiração que
impulsionou a criação dessa faixa e como ela se encaixa no contexto de sua
carreira artística?
Alexandre - Essa faixa é uma regravação. Gravamos uma primeira versão - com
recursos caseiros e precários - que caiu no gosto do público que nos
acompanhava. Os elementos de Death Metal e Metalcore foram introduzidos
posteriormente e esse lado mais "alternativo" da banda foi para
segundo plano. Decidimos regrava-la pelo potencial da faixa e uma retomada de
visão mais diversificada do som da banda. Tem sido ótimo o feedback.
Pedro Hewitt - Ao ouvir o novo
single, fica evidente que a AFalange está passando por uma evolução marcante em
sua sonoridade a todo instante. Poderiam dizer como descreveriam essa transição
musical e o que a torna única ou especial em relação ao seu trabalho anterior?
Também seria interessante saber se existem curiosidades ou detalhes sobre essa
diferença de sonoridade em comparação com outras bandas da cidade.
Alexandre - Essa banda sempre se interessou em mudar sonoridade pois somos os
primeiros a nos ouvir e aprovar ou não o som. Também vale para motivar e se
desafiar - como também manter estimulados quem nos escuta. Já estamos com ideias
para um novo registro e provavelmente ele conversará com todas as fases da
banda. Seja o Metal Extremo/Alternativo/Prog. Quanto a comparar com outras
bandas creio que não somos os mais indicados a comentar isso.
Pedro Hewitt - Desde o
lançamento do aclamado álbum de estreia ‘’Rogar dos Malditos’’, a banda passou
por uma jornada musical notável, caracterizada por sua longevidade, evolução
técnica, mudanças de vocais, letras profundas e críticas ácidas. Como vocês
avaliam o progresso musical da banda desde então e de que forma esses elementos
desenvolvidos para o desenvolvimento de diferentes nuances de inspirações em
sua música?
Alexandre - A maturidade musical é natural pra todos que gostam de música e
além de perceber o contexto também nos atentamos para o que já foi feito e é
basilar para um som pesado e no nosso caso atenção especial para bandas que sabem
transitar entre subgêneros. Quanto as letras infelizmente não faltam tema para
tratar e ficar indignado. O lance aqui ainda é ser contra tudo e todos. Não
importa o lado - picareta só munda a legenda.
Pedro Hewitt - No contexto das
composições da AFalange, quais são as principais influências musicais que
moldaram e começaram a influenciar o som da banda ao longo dos anos? Poderiam
compartilhar como a riqueza dessa variedade de influências se reflete nas
composições e na identidade musical de vocês?
Alexandre - A banda surgiu na época do Pós-Grunge e de lá tem se moldado para o
Metal Extremo e Progressivo. Então ninguém aqui esconde que desde Silverchair
até Between The Buried and Me e passando por trocentas referências - de
Pantera, Slayer até Machine Head - não nos faltam bases para um bom Groove e
porradaria.
Pedro Hewitt - AFalange sofreu
recentemente mudanças significativas em sua formação, algo que muitas bandas
podem compreender como um desafio para manter a coesão e a consistência em sua
música. Como essas mudanças afetaram a identidade sonora da banda e como vocês
pretendem se adaptar a essas transições para manter o equilíbrio e a ordem para
os próximos materiais?
Alexandre - Ainda não sabemos como isso se refletirá na sonoridade das
músicas que virão. Ter um baixista permanente foi um desafio por tempo demais
até a chegada do Flávio (Pato). Tem dado certo demais até agora. Ele gosta mais
da banda que todo mundo. É incrível o péssimo gosto musical do rapaz.
Pedro Hewitt - Dentro do
contexto musical de Teresina, notamos que o cenário do Metal Progressivo e do Metal
Moderno é um tanto desafiador, com poucas bandas ativas. Como membros de uma
das poucas bandas que se mantêm ativas nesse gênero, como vocês enxergam o
cenário musical moderno na cidade? Quais desafios e oportunidades têm
enfrentado ao fazer shows e promover sua música? E, de que forma a resistência
das bandas como a de vocês contribui para a cena musical local?
Alexandre - Cara somos uma banda que existe para aguentar as frustrações do
trabalho autoral. Não existe desafio pois o que fazemos é satisfação artística
para todos que tocam no projeto. Nunca foi rentável e é certo que nunca será.
Fazemos a melhor música que podemos e foda-se se agrada ou não. Quem deve
gostar da música são os que compõem mais é colateral.
Pedro Hewitt - Considerando as
mudanças no público, com a representação crescente da juventude no cenário
musical, como a AFalange tem sido influenciada pela musicalidade do Piauí? Além
disso, vocês acreditam que pode ser mais desafiador conquistar o reconhecimento
nacional quando se origina de uma região menos tradição associada à música
pesada? Quais iniciativas ou estratégias têm adotado para superar esses
desafios e estabelecer sua presença em nível nacional?
Alexandre - Não sei como as bandas locais possam ter influenciado nosso
trabalho. É fácil de se afirmar que elas nos inspiram a continuar. Mesmo que o
autoral seja uma eterna conta corrente impressiona demais a qualidade das
bandas locais. Estamos na ativa pelo orgulho de participar de uma cena tão
rica. Pouca valorizada, porém, competente.
Pedro Hewitt - Sempre é um
prazer vê-los dividindo o palco com outras bandas que estão em inúmeros lineup
e unindo minha voz na faixa 'Ontem o Diabo Esteve Aqui'. É evidente que vocês
valorizam parcerias colaborativas e têm sido ativos em produções independentes.
Sabemos que fazer eventos independentes pode ser um desafio significativo,
muitas vezes dependendo unicamente do apoio ao público, mesmo com recursos
limitados e possíveis falhas eventuais. Diante desse contexto, gostaria
de saber quais são os próximos passos planejados para a AFalange? Quais
objetivos e sonhos orientam a visão da banda para o futuro? Como vocês
pretendem continuar a crescer e superar os desafios da cena musical independente?
Alexandre - Nós somos uns senhores que pretendem gravar alguns álbuns e
enquanto o corpo aguentar também tocar nos rolês que surgirem. A única ambição
da banda é fazer música boa pra se divertir e quem sabe pensar um pouco.
Pedro Hewitt - AFalange está
programada para participar do prestigiado evento 'Festa da Firma', promovido
pela 202 Produções, ao lado de outras nove e talentosas bandas. Poderiam
compartilhar como essa oportunidade de se apresentar neste evento surgido para
a banda? Além disso, o que os ouvintes podem esperar pela apresentação da
AFalange neste evento e qual é a expectativa da banda em relação a essa
participação, considerando o histórico de sucesso das iniciativas da 202
Produções?
Alexandre - Voltamos a valorização das bandas autorais e se você maldito
desgraçado usar plataformas de streaming busque esses sons. Registros
sensacionais. Não é a nossa primeira Festa da Firma mas com certeza será a mais
empolgante pelo line-up incrível. A apresentação da Falante terá foco no que
for de mais pesado e objetivo levando em conta os últimos setlists da banda. E
pela primeira vez em algum tempo tocaremos um cover - ou não (risos)
Pedro Hewitt - Agradecemos
imensamente por compartilharem seu tempo e suas experiências conosco hoje.
Sempre é uma satisfação imensa trazer curiosidades e mostrar aos leitores mais
sobre a AFalange e seu percurso musical. Antes de concluirmos, gostaria de
deixar espaço para qualquer mensagem final que desejem compartilhar com seus
fãs e apoiadores. As portas estão sempre abertas para vocês aqui. Muito
obrigado.
Alexandre - Cara somos muito gratos pelo espaço e seja sempre bem vindo para ‘’Ontem
o Diabo Esteve Aqui’’ (risos), no mais peço licença para pedir que os leitores
acessem nosso Instagram, YouTube e plataformas musicais para nos ouvir. Dito
isso, um grande abraço e nos esbarramos na Festa da Firma.
Para mais informações, shows e
merchandise:
AFalange - Instagram
Fotos por Bob Gecko e Aline Vasconcelos
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