Nas próximas linhas foi executada uma entrevista com uma banda de longa data, o Nervochaos. Sua história, jornada e muita versatilidade traz uma nova banda na história, que está sendo tema em algumas perguntas respondidas pelo membro original, Edu Lane. Confira na íntegra.
Pedro Hewitt: Considero o Nervochaos como uma banda turbo, aquela banda que não tem um longo hiato, que todos os integrantes sempre estão com outros projetos ligados à música pesada, e sempre é um nome lembrado quando se fala em bandas extremas. Podemos iniciar esse bate-papo nos dando o curioso de como deixam acesa essa chama, que resultou em inúmeras turnês, correrias, imprevistos e muito mais.
Edu Lane: Não há segredo algum, apenas fazemos o que amamos e amamos o que fazemos! Somos uma banda que tem o foco nas apresentações ao vivo e nas turnês, e para que isso seja possível, temos que ensaiar, compor, gravar e lançar bons álbuns. Quando sonhamos um sonho sozinho é apenas um sonho, mas quando sonhamos um sonho juntos ele se torna realidade.
Pedro Hewitt: Desde 96’ o Nervochaos atua diretamente no Death Metal. Como é lutar por pouco mais de 20 anos no cenário metálico nacional e o que mais teve de mudança de lá pra cá?
Edu Lane: Ano passado completamos 25 anos ininterruptos de banda e olhando para trás eu percebo o quanto o nosso cenário evoluiu nas ultimas décadas. Claro que ainda há muito que precisa melhorar e evoluir também, mas todos nós juntos é que fazemos o cenário, então essas melhoras só dependem de nós mesmos.
Edu Lane: Ano passado completamos 25 anos ininterruptos de banda e olhando para trás eu percebo o quanto o nosso cenário evoluiu nas ultimas décadas. Claro que ainda há muito que precisa melhorar e evoluir também, mas todos nós juntos é que fazemos o cenário, então essas melhoras só dependem de nós mesmos.
Pedro Hewitt: Brian Stone toma conta dos vocais atualmente, um alemão de uma brutalidade bem explícita, onde conheci o Contortion, onde sinto passagens de Deathcore e alguns Grooves em suas composições. Trazer alguém para adicionar ideias fora da caixa e diferente um pouco do convencional se tornou o foco principal ou apenas fluiu após a entrada do citado?
Edu Lane: O Brian Stone chamou a nossa atenção pelo seu potencial e versatilidade vocal, e estamos moldando ele para o NERVOCHAOS e não moldando a banda ao vocalista. A nossa proposta artística não tem nada a ver com a outra banda dele ou com a banda de qualquer outro integrante também. Claro que todo novo integrante vem com a sua bagagem, suas ideias e o 'sangue novo' é algo sempre muito interessante. Sempre fomos fieis a nossa proposta inicial que continua sendo fazer música extrema sem se prender a rótulos pré-estipulados. Além disso, o disco novo foi composto antes dos novos integrantes entrarem na banda. Como único membro original remanescente, o desafio é sempre conseguir evoluir musicalmente, sem deixar de ser fiel a nossa proposta, e a cada novo lançamento superar os nossos lançamentos anteriores. Acredito que estamos sendo bem sucedidos nessa tarefa, independentemente da formação que a banda tem.
Pedro Hewitt: Qual foi a maior dificuldade na renovação técnica do vocal e de decidir ser um integrante internacional? Afinal, ele terá que vir inúmeras vezes.
Edu Lane: Toda mudança de formação é um desafio e todo ex-integrante deixou a sua contribuição para moldar a nossa sonoridade e nos tornarmos o que somos hoje. Sempre optamos pelo que acreditamos ser o melhor para a banda, para o coletivo, e não estamos preocupados com nada além disso. Não importa se é do Brasil ou não, se é de São Paulo ou não, se é homem ou mulher, e etc. Acredito nas escolhas que fizemos e espero que essa formação permaneça sólida. Claro que ter integrantes que não moram em São Paulo acaba gerando novos desafios, em especial na parte logística, mas atualmente já é algo bem mais comum e temos nos adaptado muito bem.
Pedro Hewitt: ‘’All Colors of Darkness’’ podem afirmar com todas as faixas uma nova história do Nervochaos?
Edu Lane: Com certeza! Cada álbum marca uma nova etapa na história da banda e todos os álbuns são igualmente muito importantes para nós. Queríamos gravar um álbum bem direto e bem agressivo e acredito que conseguimos isso com o “All Colors Of Darkness”. O disco tem 11 músicas, sendo 9 inéditas e 2 covers. Tem uma duração de 33 minutos, foi produzido pela banda junto com o Addasi e mixado e masterizado pelo Brendan Duffey. A capa e toda a parte gráfica foi feita pelo Néstor Ávalos. É o nosso décimo álbum, o primeiro álbum com a gravadora Emanzipation Productions (da Dinamarca) e com essa nova formação, então acredito que por isso tudo conseguimos dar inicio a essa nova etapa da nossa jornada. Essa nova etapa teve início no principio de 2020, e já pode ser percebida em 2021, com o álbum “Dug Up…Diabolical Reincarnations”, e agora ainda mais com esse nosso novo álbum.
Pedro Hewitt: Sabemos que há haters sobre qualquer mudança que ocorra musicalmente. Reconheço pelo meu gosto pessoal que são referência no Death Metal, outros talvez nem tanto. Seria o simples fato de seguirem aquilo que acreditam ser necessário ou simplesmente a espontaneidade naquilo que escutam?
Edu Lane: É impossível agradar a todos e nem queremos algo assim também. Sempre seguimos aquilo que acreditamos, o que sentimos, e não fazemos música para agradar essa ou aquela parcela do público, apenas nós mesmos. O mais importante para nós é sempre fazermos aquilo que acreditamos e estarmos contentes com isso. Criticas construtivas são sempre bem-vindas, e o restante realmente não nos importa.
Pedro Hewitt: E por falar em turnê, como está toda a preparação e expectativas para o BRÉA EXTREME TOUR? Essa é uma das turnês mais empolgantes e ousadas na minha opinião.
Edu Lane: Estamos nos preparando bastante para o retorno aos palcos. Ficamos muito contentes em fazer parte de uma turnê como a Bréa Extreme Tour. Nessa turnê serão 14 shows pela América do Sul, onde 9 shows serão pelo Brasil e 5 shows por países da América do Sul. São 4 bandas juntas, BELPHEGOR, KRISIUN, NERVOCHAOS e CRYPTA, é uma bela combinação de estilos musicais, e ainda somos todos amigos, então será realmente empolgante fazer todos esses shows juntos. Na sequencia dessa turnê, seguiremos junto com o KRISIUN e CRYPTA, pela América Central e México, com mais 10 shows, e depois faremos mais 10 shows pelo Brasil junto com o VAZIO.
Pedro Hewitt: Existe uma conexão precisa que as bandas executaram para gerar essa turnê? Geralmente vemos algo nesse estilo em alguns países.
Edu Lane: As turnês normalmente são montadas e agendadas por agencias de shows/turnês e nesse caso não foi diferente. Claro que é sempre melhor (e ideal) quando as bandas que vão sair em turnê juntas se entendem, se complementam e agregam para a turnê e para o público.
Pedro Hewitt: Como percebem a renovação do gênero ao longo da pandemia no Brasil?
Edu Lane: Acho que ainda é um pouco cedo para perceber totalmente essa renovação, mas certamente algumas coisas mudaram e torcemos para que sempre sejam para melhor. Durante a pandemia vimos que o foco foi total no digital, com entrevistas, bate-papos, apresentações ao vivo e gravadas, debates, e etc. Com o retorno dos shows e das turnês esperamos que ambos, o digital e o presencial, se complementem e possam agregar para o todo.
Pedro Hewitt: Seguindo a mesma linha de raciocínio. Como encaram e irão encarar o desafio de reiniciação total das turnês nacionais? Acha que mesmo com os streamings, as vendas de CDs e relacionados continuará forte como meio de inserção?
Edu Lane: Somos uma banda com foco nas apresentações ao vivo, então mal podemos esperar para retomar as turnês e voltarmos a fazer aquilo que mais gostamos, tocar ao vivo. Entendo que tudo faz parte de um conjunto e para conseguirmos viver exclusivamente disso precisamos absorver tudo isso, os streamings, as vendas de merchandise, a divulgação e a promoção do nosso trabalho, seja em apresentações ao vivo, ou em entrevistas, resenhas e etc.
Pedro Hewitt: Voltando muito antes no tempo, vocês vieram tocar aqui em Teresina em um show histórico após reunir informações de quem teve o prazer de presenciar na turnê do ‘’Black Force Domain’’, do Krisiun. Se não me engano vocês tinham apenas a demo ‘’Nervochaos’’, estão estavam com um ponta pé inicial para o apoio que possuem hoje em dia. Como foi a experiência? Vocês lembram como foi a reação do público? O que podem anexar em vantagens em coisas naquela época que poderiam ser usadas ou influenciadas hoje?
Edu Lane: Nossa primeira turnê foi em 1997, junto com o KRISIUN, e fizemos 7 shows pelo Brasil. Lembro que o nosso baixista na época quebrou o braço as vésperas de iniciarmos a turnê, um dos nossos guitarristas acabou tocando baixo e saímos para essa turnê como um quarteto. Foi uma experiência sensacional e única e que acabou moldando o nosso formato de trabalho como banda. Fomos muito bem recebidos em todas as cidades que passamos, fizemos amigos para a vida toda, e acredito termos sido pioneiros nesse formato de turnê no país. O nosso formato de trabalho continua o mesmo, só estamos mais experientes, com melhores ferramentas de trabalho e mais infraestrutura também.
Pedro Hewitt: Com muita brutalidade agradeço o tempo disponível e que o caos se faça presente. Total suporte! Fique a vontade para finalizar essa entrevista.
Edu Lane: Muito obrigado pela oportunidade, pelo espaço e também pelo apoio! Espero rever todos vocês em breve, e nos vemos na estrada! Não deixem de nos seguir nas redes sociais para ficarem por dentro de tudo que está rolando na banda ou acessem www.nervochaos.net - For Passion Not Fashion!
Fonte: Subterrâneo Metal Punk
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