MANGER CADAVRE?: Entrevista exclusiva com o guitarrista Paulo Alexandre

O Colecionador realizou uma entrevista com um nomes de resistência musical mais importantes do cenário Hardcore, Manger Cadavre?, respondida pelo mais novo guitarrista, Paulo, que se mantém firme apesar de todos os imprevistos da pandemia que assola o mundo atualmente. Paulo está em meio das trilhas de composições e trazendo novas inspirações para compor a banda. Confiram.

Pedro Hewitt: Você é um guitarrista que já tem experiência vinda de outras bandas. Como foi pra você entrar no Manger Cadavre?, que já era uma banda formada e com identidade própria?
Paulo Alexandre: Para mim foi tranquilo porque além de já conhecer a Nata e o Marcelo, eu sempre escutei e curti o som do Manger. Foi também uma surpresa porque eu não esperava pelo convite, lembro que no dia que a Nata fez o convite, um pouco antes eu falei com ela que achar gente pra tocar no Manger era fácil porque era uma ótima banda e muita gente gostaria de tocar, então pra mim foi uma baita honra. Talvez a maior dificuldade seja em não fugir muito do propósito musical que a banda sempre teve, que é um Hardcore com influencias Crust/ Sludge, mas o que me ajuda é que eu sempre escutei bandas dessas vertentes, não fico preso a uma ou 2 vertentes dentro do Rock/Metal, escuto por exemplo desde Yes e Pink Floyd a Immortal e Napalm Death.

Pedro Hewitt: Vocês estão prestes a gravar um novo álbum. Como foi o processo de composição junto aos demais integrantes?
Paulo Alexandre: Acho que está fluindo naturalmente, estamos os 4 na mesma sintonia, isso torna o processo mais fácil. A Nata e o Marcelo logo no inicio passou pra mim e o Bruno algumas bandas que eles gostariam que tivéssemos como influência, como Wolfbrigade, Obituary, Tragedy, etc. E como falei, são bandas e estilos que já estou habituado, então quando cheguei com as ideias de riff, encaixou com o que nós estávamos esperando. E a composição também é coletiva, todos trazem ideias e vamos lapidando até chegar em um resultado legal.

Pedro Hewitt: Quais elementos novos nos riffs podemos esperar nos novos sons? Mudou alguma coisa em relação às cordas?
Paulo Alexandre: Mudou, eu gosto de bastante variação de riff nas musicas, na guitarra eu venho de uma escola Thrash/Crossover que você vai encontrar vários riffs e arranjos em uma só musica, então isso foi algo que eu quis trazer pra banda. Também tentei trazer uma linha melódica mais "sombria", pois acho que tem bastante a ver com o Manger e principalmente com o momento em que estamos vivendo, então busquei essa inspiração no Death Metal e Black Metal e tentei incorporar na medida do possível no som da banda.

Pedro Hewitt: Desde a entrada na banda, devido a pandemia você não pode fazer shows com o Manger, mas realizou algumas lives, como a da Gig Music no Hangar 110. Como foi para você tocar sem público e ter que se adaptar a esse novo tipo de show?
Paulo Alexandre: É uma mistura de sentimentos, feliz por poder estar tocando e sabendo que tem gente nos vendo e curtindo mesmo que seja pela internet, e triste por não ter aquela energia da galera na sua frente. Esse do Hangar em especifico foi muito legal porque além de ser uma casa histórica, sempre fui lá como espectador, e dessa vez estava lá no palco tocando. Torço agora para que possamos voltar e dessa vez fazer do jeito certo, com o publico agitando e sem pandemia.

Pedro Hewitt: Sabemos que você vem da escola do Thrash/Crossover, mas além dessa, quais são as suas influências? Quem são os guitarristas que você se inspira? 
Paulo Alexandre: São várias influências, eu tento pegar sempre o que há de melhor em cada banda e estilo, acho que cada vertente tem muito a oferecer com suas peculiaridades. Mas o que eu mais tenho escutado além do Thrash e Crossover que é de lei (risos) é o Punk/Hardcore , principalmente brasileiro que desde moleque escuto e admiro várias bandas como Cólera, Restos de Nada, Ação Direta, etc. e Stoner/Doom que jÁ vai mais na pegada de Black Sabbath, Electric Wizard, Type O Negative. Guitarrista gosto muito do Rocky George do Suicidal, ele fazia bastante uma parada que eu acho foda que é solar por cima do vocal, fora da "hora do solo". Les Evans do Cryptic Slaughter pelos seus riffs simples porÉm melodicamente muito foda e rápidos, além de criar uma grande variedade de riffs na mesma musica. Phil Demmel do Vio-Lence com suas palhetadas da velocidade da luz. Bill Steer do Carcass e Abbath ex-Immortal por serem pra mim gênios da guitarra extrema. Além de vários outros já manjados como James Hetfield, Dimebag, Eddie Van Halen...

Pedro Hewitt: Quais são as bandas que você tem ouvido recentemente e que te inspiraram para compor o novo álbum.
Paulo Alexandre: Que mais me inspirou a compor pro Manger e eu tenho ouvido é Obituary e Wolfbrigade, mas tenho ouvido muito Type O Negative e Carcass nesses últimos meses. Agora de banda brazucas nos ultimos tempo ouço bastante Cerberus Attack, e Crush All Tyranny que eu conheci recentemente em um show online.

Pedro Hewitt: O financiamento coletivo de vocês tem sido abraçado pela cena de todo o Brasil. Com o fim dos shows presenciais e, consequentemente, a queda na venda do merch, fale um pouco sobre a importância da solidariedade da comunidade da anti música para as bandas independentes.
Paulo Alexandre: Primeiramente eu agradeço a quem nos apoiou e apoia de alguma maneira. Acho muito legal que as pessoas contribuam para algo que elas acreditam, e que é importante pra nós bandas, porque eu não preciso nem falar aqui o quão dificil é pra uma banda do Underground se manter viva, com rotina de ensaio, gravação, show, principalmente agora nesse momento zoado que estamos passando em que muita gente ta com medo de perder seu emprego e consequentemente sua renda. Então toda ajuda é bem vinda e que seja algo gratificante para os dois lados.

Pedro Hewitt: Quando a pandemia passar, acreditamos que vocês queiram tocar o máximo possível para lançar o álbum. Quais são as suas expectativas para o rolê pós-covid?
Paulo Alexandre: Eu espero de verdade que até ano que vem possamos voltar a tocar com segurança, embora eu não ache isso uma tarefa tão fácil no Brasil. Me preocupa também a quantidade de casas de shows que podem chegar a fechar até la, não é fácil quando você não pode ter sua principal fonte de renda que é no caso as pessoas. Mas acredito que assim que passar todos estarão com muita vontade de fazer acontecer de novo, e pode rolar muitos shows, seja nos devidos locais ou em garagens no melhor estilo DIY, e se depender de nós vamos fazer parte disso.

Pedro Hewitt: Muito obrigado pela atenção, boa sorte com o Manger, estamos ansiosos pelo novo trabalho. Esse espaço é seu. Use como quiser!
Paulo Alexandre: Obrigado pelo convite, um abraço a todos que curtem a gente e podem esperar um grande álbum vindo ai, se cuidem pra que possamos estar de volta na ativa reunidos curtindo um bom show, usem mascara, fora bozo e viva o rock.

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Foto individual: Lobo Ramirez
Foto tocando: Vincent Vegas
Foto promo da banda: Dani Moreira

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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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