Pedro Hewitt – Satisfação demais em poder mais uma vez
trocar boas ideias contigo, Rodrigo “Infernal Rider”, sempre que possível
estamos no front para prestigiar e promover o nosso grandioso DIY. Como você
está?
Rodrigo: Estou muito bem, obrigado. Agradeço a oportunidade de podermos nos
falar novamente sobre um assunto tão bom (risos).
Pedro Hewitt – Alguns anos podemos contar pela nossa
amizade, principalmente em relação com a divisão de opinião em shows, bandas,
registros, enfim, nossa região mesmo com a pandemia tenta se manter firme e
forte, há quem diga que está em baixa. Morando no Nordeste, precisamente em
Araripina (PE), como nós todos sabemos que estar em uma cidade pequena e com
tamanhas dificuldades tem seus momentos ora agradáveis ora não. Você tem algum
desejo em especial de realizar por aí?
Rodrigo: Não dá mais pra culpar o tamanho da cidade e seu desenvolvimento em
si, sabe? Fizemos isso por muito tempo, assim como outros antes de nós faziam.
Mas conseguimos mostrar o contrário de forma bem convincente. Então o grande
desejo é engrandecer nosso Underground, trazer mais bandas e visibilidade.
Estamos em boa posição pra isso, e temos uma ótima primeira impressão com o
TRPP – Araripina, a intenção é crescer mais e mais a partir disso.
Pedro Hewitt – Uma cidade onde predomina músicas
padronizadas e covers de baladas, pude observar que há ainda um bom público que
se alia com outros em cidades próximas, por mais que a receptividade seja boa,
poderia ser um público melhor. Isso é reflexo da falta de incentivos, shows ou
algo fora disso?
Rodrigo: De certa forma sim. O Underground daqui tem virado uma verdadeira
cena, no sentido exato da palavra: Algo literalmente parado (Risos). Mas de
certa forma, algo se manteve vivo mesmo não tendo sido oferecido algo além dos
covers e baladas, sinais de um público fiel. Essa pequena chama teve um aumento
incendiário quando entramos nessa cena e demos movimento à ela, modéstia a
parte falar isso, mas a Desastre Prods como um todo, e a contribuição da Gagau
Prods deu novas perspectivas ao público.
Pedro Hewitt – Tivemos a honra de fechar a parceria entre
nossas organizadoras no ano de 2019, onde sem dúvidas fizemos tremer esta
cidade, tendo histórias longas e muito insanas para contar aonde passarmos. Foi
uma luta e tanto, dias sem dormir e tensão até o último segundo realizado, mas
no final foi tudo maravilhoso. Agradeço não só a você, Janniele Felix e os
demais envolvidos, mas também por acreditarem que fazemos isso pelo amor ao
Underground. Bom, quais planos pós pandemia?
Rodrigo: O principal plano pós pandemia e gerar um evento ainda mais insano que
o anterior. Tivemos bastante tempo para pensar e analisar as possibilidades,
certamente toda essa energia acumulada vai trazer um grande resultado!
Pedro Hewitt – Em relação seu primeiro projeto, o que pode
nos falar sobre ele?
Rodrigo: Gostaria de poder falar bem mais do que posso (Risos). Mas
infelizmente não tem tido muito o que dizer sobre, a situação atual dessa
pandemia somada a alguns contra tempos pessoais, me impediram de publicar o
material que tenho. Mas isso não significa que não vai sair, fiz um pequeno
teaser e lancei, as coisas estão andando, só nunca imaginei que uma demo iria
demorar tanto pra sair (Risos). Contudo, sem querer estipular datas, quero
muito que em dezembro, ela (demo) já esteja disponível.
Pedro Hewitt – Como você descreveria seu processo criativo?
Quais as etapas de composição e de produção em geral?
Rodrigo: Não é algo muito difícil na realidade. Eu sei bem como quero que um
riff soe, ou como alguma letra seja. A Diabolical Evil não é um só um projeto
ou algo experimental, sabe? É algo que possui sua própria pedra angular, tem
uma direção bem estabelecida. Ser um One Man Band também facilita as coisas pra
mim, não sofro pressão em nenhum sentido e escrevo e crio aquilo que gosto.
Tento fazer soaras influência das coisas que curto ouvir, sabe? Há muitas
coisas importantes pra mim, breakdowns, passagens e o ambiente da música e por
isso tento ser bem auto critico com as coisas que faço, quero passar o máximo
de mim. Sua marca e o que você passa na música, é o que a torna algo autentica.
Pedro Hewitt – Você intitulando o projeto como tal, acha que
o rótulo estaria correto para o projeto? Existe possibilidade de acréscimo
sonoro após os materiais a lançar?
Rodrigo: Diabocal Evil soa exatamente como eu quero, remete a algo maligno,
diabólico, um culto ao obscuro, eu gosto de compor sobre isso, fazer minhas
críticas ou visão da vida com base nesse tema. E como eu disse antes, possuo um
direção bem estabelecida. Sempre há o que acrescentar, mas quero fazer isso
mais tecnicamente, sabe? Dentro que eu já estou tocando e com elementos disto.
Pedro Hewitt – E quem sabe uma turnê, dividir palco com uma banda inspirada ou
conhecer algum lugar exótico do mundo?
Rodrigo: Isso seria ótimo, com a grandiosidade do underground a nível mundial,
não é algo mais tão distante da realidade, é valido sonhar com isso. Tudo
depende do seu material do seu impacto e um pouco de sorte (Risos).
Pedro Hewitt – Bom, diariamente sabemos que existem bandas
que não passam de sujeira ou com problemas, atrapalhando quem realmente leva a
sério. Com total humildade, quais os tipos de bandas
na atualidade que merecem ser entendidas como Undergrounds e “médias”, e
aquelas que, na opinião pessoal de cada um, claro, não mereciam ser?
Rodrigo: É uma questão bem chata essa, existem bandas que só querem tomar
espaço e tempo de pessoas que de fato querem algo sério no Underground. Não é
legal citar nomes nem apontar o dedo. Prefiro falar pelo que vejo por aqui,
onde existem algumas bandas covers e de baladinhas como você bem citou antes,
eles fazem o que gostam, mas não contribuem muito pro cenário, nesse meio
podemos citar algumas pessoas que de fato estão ativos como parte do Underground.
Também acho que existem aqueles que forçam a barra, se envolvem em um rotulo Underground
pois sabe que hoje em dia, mesmo sendo “underground” tudo é muito visível,
muito profissional, alguns eventos como próprio Infektor por exemplo, fazem a
diferença tornam bandas mais visíveis. Mas, não muito distante uma da outra,
vemos notícias sobre vários artistas e bandas caindo, os falsos sempre caem. A
luta do Underground transcende a música em si, é um estilo de viver pra muitos,
deve ser levado a sério como tal.
Pedro Hewitt – Saúde aos fortes, morte aos fracos e Pitú com
limão sempre! Que logo em breve possamos nos aventurar novamente e dividir
palco em um espetáculo rápido e Underground. Grande abraço brother.
Rodrigo: Eu que agradeço a oportunidade e o apoio, com toda certeza voltaremos
ao front para as mais insanas aventuras regadas a muita pitu com limão!
Para mais informações, contato e merchandise:
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