Trazendo logo de cara elementos de Thrash Metal e Hardcore tradicional, a banda cria canções muito fortes, pegajosas, diretas e calcadas em excelentes riffs e vocais energéticos que transbordam agressividade, além de uma cozinha coesa, Sadia e sem chance para analisar algum defeito, sendo impossível não sair batendo cabeça ou breakdown durante toda a audição do trabalho. Todas as faixas são, em sua grande e única extraordinária execução, bem rápidas, com os tempos equilibrados, embora existam momentos mais cadenciados e pesados, não deixando a audição se tornar cansativa.
Não dá pra transmitir antes de ouvir, mas de cara temos uma qualidade excelente de gravação, tudo aqui, a começar pela capa do disco (com um índio alucinado diante tecnologias, sendo consumido pelas fontes empresas de alimentos e bebidas, consistindo em easter egg da bandeira dos EUA ao lado de fumaça que mais parece uma atenção para fogo de guerras ou vícios constantes, que é o cigarro), remete a nossa realidade que não só o Brasil passa com política, pandemia e interesses exorbitantes financeiros. Portanto, se você é um daqueles fãs saudosistas de bandas que falam de ódio contra playboy, de críticas ácidas, reflexões humanitárias, antifascista, certamente encontrará aqui o que procurava.
E no geral, trata-se de um disco além de variado, super importante dos maranhenses, como podemos perceber já na faixa título Brasil com Z e Fogo na Zona Sul (Totalmente influenciada por Surra e Biohazard), dois dos grandes destaques do material, junto com Corre que a Polícia Vem Aí (Com participação especial e que possui a forte mensagem sobre os abusos policiais e o "tratamento especial" para uns e terror para outros), Agrothrash com riffs e breaks unidos de forma amigável e sentindo na pele a porrada da faixa, e Malditos Bastardos, que dão uma verdadeira aula de Thrashcore bem tocado e cativante, principalmente em conseguirem juntar uma pegada de rap com lembranças que pareciam muito quando o Sepultura tentou mesclar peças fora do vínculo do Metal. Há ainda alguns momentos mais voltados ao Punk Rock raiz, como em Desgraça (Olho Seco? Talvez! Garotos Podres? Pode ser também!) e P.I.G.N, que tem forte inspiração lírica sobre os acontecimentos dos abusos de poderes religiosos e desrespeito aos demais, que neste momento pensei ouvir Nuclear Assault ou até Municipal Waste, as quais posso afirmar que deverão gerar diversos "mosh pits" nos shows desses 4 homens que não fizeram uma banda pra brincar em serviço.
E claramente não poderia esquecer a grudenta e insana Alfabetização, uma faixa que transmite o fenômeno das nossas crianças sem estudos e dos desvios de verbas da indústria política de fezes.
Assim, com pouco mais de 15 minutos de audição, o BASTTARDZ consegue de forma consequentemente lançar um álbum de destaque, que embora supere muitas bandas que se intitulam Hardcore ou Crossover, é muito acima da média das novas bandas que adentram nos meandros do gênero, e mantém a banda como referência no cenário atual, e uma das melhores da nova safra do estilo, junto com Dead Enemy, Blight, Manger Cadavre?, Räivä, RSU, entre outras.
Extremamente recomendável. Ouça e não se arrependa.
Track List:
01. Brasil com Z
02. Fogo na Zona Sul
03. Corre que a Polícia Vem Aí
04. Agrothrash
05. Malditos Bastardos
04. Agrothrash
05. Malditos Bastardos
06. Desgraça
07. P.I.G.N (Pequenas Igrejas Grandes Negócios)
08. Alfabetização
07. P.I.G.N (Pequenas Igrejas Grandes Negócios)
08. Alfabetização
Line:
André Nadler (Vocal)
Adriano "Texugo" (Bass/Backing Vocal)
Francivaldo Virginio (Guitarras/Backing Vocal)
"Topeira" (Bateria)
https://m.facebook.com/basttardz/?tsid=0.5755331542897724&source=result
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