ESCROTOS: "As pessoas deveriam sair mais de casa antes de sair comentando que tal movimento está morto"

Pedro Hewitt - Saudações amigos, tudo bem? Além de toda parceria, é mais que um prazer realizar essa entrevista. Vamos nessa
Escrotos: Opa! Sempre, meu querido.

Pedro Hewitt - Acompanho a banda desde o primeiro show, onde nitidamente foi claro todo o processo evolutivo nas músicas. Como se deu de uns tempos pra cá a organização das composições?
Escrotos: Bom, Cláudio sempre compõe primeiro os riffs,  depois sempre surge as ideias de letra sobre alguma indignação cotidiana, e ai então a banda trabalha pra finalizar a música. Claro que mantendo sempre a nossa essência que é protestar contra toda essa corrupção que estamos vivenciando nesse país.

Pedro Hewitt - A troca de baterista sem dúvidas deu um UP gigantesco, como houve a entrada de Micróbio?
Escrotos: Se deu a partir de transtornos que passamos internamente na banda que acabaram contribuindo pra nossa estagnação. Então nós sentimos a necessidade de encontrar um baterista à altura, foi quando encontramos o Marcelo (Micróbio), que além de um excelente baterista, se deu muito bem conosco.

Pedro Hewitt - Devido o EP "Sistema" já lançado, a banda já foi alvo de julgamento pelas críticas ácidas contidas nas letras?
Escrotos: Diretamente não, muito pelo contrário, o pessoal gosta das nossas mensagens, curtem a nossa forma de se expressar. Na verdade as críticas que chegaram até nós são positivas.

Pedro Hewitt - Ainda sobre o EP, qual a importância do português hoje em dia no Underground?
Escrotos: Acho que passar a informação com mais facilidade é o propósito, mandar a mensagem direta ao público sem deixar dúvidas.
PS.: Apesar de ja termos cogitado criar algo em inglês (Risos)

Pedro Hewitt - Questões ideológicas normalmente não são levadas a sério, parece até uma aposta de videogame. Um exemplo bem claro são bandas que criticam um sistema ou se envolvem com uma ação contra aquilo que defendem, mas tocam ou ficam dando suporte para outras que atuam ao contrário; ou até mesmo uma banda um pouco mais extrema que defende liberdade, mas que toca ao lado de outra que defende o radicalismo humano, fascismo. Poderiam se posicionar quanto a isso?
Escrotos: É o seguinte, nossas letras, nosso som, tudo que fazemos nessa banda é uma forma de protesto contra tudo isso. Criticamos fortemente o governo, o fascismo, racismo, discriminação racial e toda essa porcaria. Então dividir palco com bandas dessa laia, só se for pra trocar porrada!

Pedro Hewitt - Oportunismo e a falta de coragem de 'botar cara a tapa', o medo do fracasso existe, vejo que muitos grupinhos daqui falam que o Underground morreu, que o Rock não existe mais. Bom, não sei que tipo de universo ou Underground esse pessoal vive, se saíssem mais de casa pra shows, fossem atrás de bandas diferentes do grupo, ou até mesmo movimentar mais planos, talvez o pensamento poderia ser outro, só que ao invés disso, preferem encostar a bunda no chão, acessar o mundo virtual, falar coisas sem nexo e criticar quem está fazendo algo positivo. VOCÊS TODOS são provas que o UNDERGROUND EM GERAL está cada vez mais vivo que nunca, seja Rock tradicional, Metal, até o Hardcore, bandas novas surgindo, eventos acontecendo constantemente, movimentação de materiais, boas oportunidades para promover um bom conteúdo. Até um cego consegue ver tudo isso.
O que podem falar disso tudo?
Escrotos: Exatamente, as pessoas deveriam sair mais de casa antes de sair comentando que tal movimento está morto. Sinceramente, o Underground está mais vivo que nunca. Bandas novas surgindo, material autoral sendo produzidos, realização de eventos constantemente. O Underground vive sim, meu brother!

Pedro Hewitt - Querendo ou não, o Hardcore em si está cheio de marmelada, mesmo com grande aumento das bandas por esse Brasil. Tais ruins citadas não possuem ao menos uma postura que preste. Como vocês observam elas, o que poderia mudar?
Escrotos: Bom, a cultura Punk HC tem um ideal que é quebrar paradigmas, criticar toda forma de radicalismo humano e mandar sua mensagem nua e crua. Se a banda não se enquadra nesse perfil tão caracteristico do nosso genero, então ela nem deveria estar ali, não é seu lugar. Só haveria mudança se os proprios integrantes mudassem. E olhe lá (Risos). Atentai caralho!

Pedro Hewitt - Direto ao ponto, quais os tipos de bandas na atualidade que merecem ser entendidas como UNDERGROUND e "médias", e aquelas que, na opinião de cada um, claro, não merecem ser?
Escrotos: Bandas com atitude, que fazem acontecer sem esperar nada de ninguém e contruibuem à movimentação da cena de alguma forma. Bandas covers, mainstream, posers, etc, não merecem ser consideradas underground de forma alguma!

Pedro Hewitt - O Thrashcore vive. Que assim como o peso das composições, a banda siga sempre forte; aguardo o próximo material o quanto antes. Avante e noise sempre!
Escrotos: Firme e forte, grande brother! Em breve estaremos com muitas novidades, fica ligado. É noise sempre. Tamo Junto!

Para mais informações, shows e merchandise: https://m.facebook.com/profile.php?id=103387230177811&ref=content_filter
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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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