Willian - Cara, não lembro bem se a ideia inicial foi num quarto ou numa sala com meu irmão (Risos). Criamos tudo ali, escutando alguns clássicos, e praticamente desenhando o que e como seria a banda, definindo nome e coisas do tipo. Eu já tinha tocado com algumas bandas, alternando entre baixo e guitarras, o Wilton não, depois de definir o que queríamos, ele escolheu qual instrumento iria aprender a tocar, hoje ele comanda os nossos blast-beats. Tempo depois, conheci o Luís, na faculdade. Assumiu uma das guitarras e estamos juntos até hoje.
Pedro Hewitt: Aderir a formação de power trio em uma banda de Death Metal as vezes pode ser uma tarefa bem complexa. Como se deu o ritmo de criações musicais diante todo esse tempo? E porque a decisão de power trio?
Willian - Bem, as criações continuam como era antes, as ideias vão surgindo e nós vamos adaptando, re-estudando o que surge, sempre tentamos em consenso do que vai ficar ou não em uma música. A decisão de power trio veio após a saída do nosso antigo guitarrista, tentamos ainda fazer a formação de quarteto, mas não deu muito certo com os ‘substitutos’, aí pra diminuir problemas, ficamos nós três, somos amigos, sendo assim as coisas ficam mais fáceis de se decidir, fora a questão de digamos que uma “democracia”, se dois topam algo, o terceiro já sabe que vai ser aquilo. E em quarteto as vezes isso não acontece, quando fica dividido ao meio é difícil resolver (Risos)
Pedro Hewitt: Com o nascimento da banda em 2011, se passaram 5 anos para lançarem o primeiro material, no caso o EP ''Faceless''; porque não tiveram logo a audácia de lançar um debut? O que faltou no material? Estão satisfeitos?
Willian – Cinco anos, de muita correria. Aconteceu muita coisa nesse meio tempo, paramos a banda diversas vezes, por alguns probleminhas internos, ou questão de saúde mesmo. O ''Faceless'', foi algo que nós nos forçamos a fazer, com o tempo que tínhamos e as músicas prontas, sem ter o que mostrar, era inadmissível. Optamos pelo EP, sendo que seria bem fácil colocar duas ou três músicas a mais e fazer um debut, mas estávamos testando algo novo. Passando por uma “transição”, em Faceless temos três músicas escritas quando já éramos trio, e três escritas de quando ainda éramos quarteto, tivemos de modificar algumas coisas pra ajustar ao novo formato, fora que nós mesmos nos dispomos de produzir, gravar e criar tudo, Luís estudou pra caramba, e ficávamos os três tentando fazer as coisas rodarem. Pra gente não ficou faltando nada, até pela forma em que foi produzido, adquirimos experiência, e ficamos muito satisfeitos com o resultado final e com a opinião do público sobre o álbum.
Pedro Hewitt: O crescimento de bandas de Death Metal na atualidade é exorbitante, umas tentando exercer a modernidade, outras com a intenção de mesclar vários quesitos. Reparei que o EP há sem sombra de dúvidas uma pegada oitentista a lá Sepultura. Essa parte de influências creio que haja extensão, mas como podem falar das inúmeras referências contidas nas músicas e nas apresentações?
Willian – Nossa proposta inicial nem era chegar ao Death, até hoje em dia nos consideramos Thrash, mas discordam de nós (Risos). Temos muita influência do Thrash mesmo, o Slayer é uma paixão em comum, mas podemos citar diversas bandas, como o Sepultura que você citou, essa você vê na formação da banda, meu irmão na bateria e eu nos vocais (Foi um dos meus motivos de persuasão para que ele formasse uma banda comigo - risos). Fora estas temos várias outras bandas que nos unem, das brasileiras podemos citar como principais influencias o Torture Squad, e trazendo mais pra próximo de nós, a Serial Killer daqui do maranhão.
Pedro Hewitt: Bandas como o Jack Devil conseguiram uma visibilidade fora do comum, tendo até essa belíssima turnê que os membros estão fazendo. O que vocês acham dessa galera que faz sucesso muito rápido hoje em dia, isto é, sobre o mercado musical? E desses movimentos em prol do Rock atual, como coletivos, etc...?
Willian – Você colhe o que planta. O resultado vem de muita persistência, e tem uma galera se esforçando pra fazer com que as coisas aconteçam tanto em questão e organização de eventos quanto em formação de bandas. Dá pra perceber isso, a cada dia grupos de amigos se unem para formar mais uma banda e começar nesse cenário contagiante.
Pedro Hewitt: Para muitos por aí há o "livro de regras do Underground"; que o mesmo deve ser conservador, que NS é White metal deve tocar abertamente com as bandas, e assim por diante. Tais baboseiras são uma afronta para nós Headbangers. Qual o recado de vocês sobre essa situação? Logo o trio possui postura, não é mesmo?
Willian – Cara, a gente não para pra pensar nos outros, o que fazem ou deixam de fazer, e até mesmo as consequências são problemas deles. Nós focamos no trabalho que estamos fazendo, e como vamos apresentar isso ao público.
Pedro Hewitt: Dia após dia inúmeros materiais lançados possuem seu renome por aí a fora. Bandas como a Leopard Machine mostram que não vieram pra brincadeira. Como percebem a inserção do EP ''Faceless'' no cenário nacional?
Willian – O ''Faceless'', pela forma que foi forjado, nos surpreendeu como produto final, e ainda surpreende, a cada dia que surge uma resenha, ou alguém comentando sobre nosso trabalho. Estamos recebendo ótimas críticas pelo trabalho, e aproveitando tudo o que é dito para que os próximos tenham um resultado ainda melhor.
Pedro Hewitt: Como está a agenda de shows? Há alguma previsão de uma mini turnê ou preparação de um novo material?
Willian – Estamos um pouco parados em questão a eventos, com a agenda aberta mas sem proposta por enquanto. Estamos aproveitando e trabalhando em algo novo que em breve ficarão sabendo mais sobre o que ocorre nos bastidores.
Pedro Hewitt: Não só de Metal viverá o homem. Qual a diferença entre ser um músico ''profissional'' que toca Metal, e ser um Headbanger que toca Metal?
Willian – A paixão. creio que um profissional tenha o pensamento de receber em troca de fazer
aquilo. Um banger tocando Metal chega até a gastar pra fazer (Risos).
Pedro Hewitt: O Torturizer relativamente ainda é uma banda nova, que almeja sempre bons espaços pelo Underground. Aguardo ver a banda tocar por aqui brevemente. Obrigado pelo tempo designado a essa entrevista. O espaço é totalmente de vocês! Death Till' Death.
Willian – Nós que agradecemos. Sempre estaremos por aqui, qualquer coisa é só chamar (Risos).
Agradecemos também a todos que estão nos apoiando nessa jornada!
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