1° União Metal: Parte 2 com entrevistas de todas as bandas

No último dia 14/03 ocorreu mais um festival pela qual a Brothers of Metal (Prod - THE/PI) organizou. Confira a resenha do evento no link abaixo:
http://www.fullrock.com/noticias/review-1-uniao-metal-parte-1/26032015/

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Trazendo direto de São Paulo mais uma vez o grande nome do Speed/Thrash nacional, Selvageria, pela primeira vez no nordeste os gaúchos do Symphony Draconis, pela segunda vez os cearenses do Fist Banger, e retornando aos palcos. Para divulgar cada vez mais as bandas e impulsionar mais oportunidades à produtora, tive o prazer de entrevistar cada banda do evento, informando detalhes sobre shows, novos materiais, problemas, enfim, de primeira tive um papo rápido sobre a trajetória, a volta e os novos integrantes com o frontman Marcius, da banda War Torment, que você irá ler a seguir:

Pedro: Vocês iniciaram as atividades em 2009, conheci vocês pelo incrível que pareça por uma coletânea organizada pela Underground Produções (Fortaleza) e que o som ‘Sons of War’ estava no cast. Em 6 anos muita coisa muda e a questão financeira de lançar algo aumenta cada vez mais, isso explica realmente o porquê de não ter lançado algo oficial?
Marcius: Na realidade foram um conjunto de fatores que fizeram com que não conseguíssemos lançar a demo oficialmente, porém o mais relevante foi por um problema com o estúdio onde gravamos, Os sócios do estúdio romperam e o estúdio acabou e com isso nossa gravação foi perdida.

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Pedro: Vocês resgatam o velho espírito do Death/Thrash anos 90 em algumas faixas que estão disponibilizadas pelo Youtube, ao meu ver vocês conseguiram fazer algo bem profissional e uma identidade mesmo influenciada ficou como única ao War Torment, mas como o tempo passa vocês chegariam uma conclusão que era hora de mudar de sonoridade assim como muitas já existentes por aqui?
Marcius: O nosso estilo é derivado de uma gama enorme de bandas que escutamos, porém a principal influencia apesar da distancia é o Death Metal Sueco, bandas como At The Gates, The Forsaken, Centinex, Defleshed e outras. Antes queríamos fazer algo mais técnico e rápido, nessa nova fase nossa queremos fazer algo mais simples e rápido. Porém continuando com as mesmas essências e influencias.

Pedro: A banda passou por um hiato fortíssimo (Pensei que não voltaria assim como me enganei igual o Zorates, Enxofre, Cristo Cadavérico...), rendendo atualmente a entrada de Thiago Void (ex-The Void) e Alex (ex-Caveiras). Como se deu a entrada? Sentiram que estabilizaram realmente o line-up? Aliás, o que eles trouxeram de bom para dar um ‘tempero’ a mais para banda?
Marcius: Bem, a entrada do Thiago na banda sempre era uma possibilidade, devido a sua qualidade como musico, responsabilidade e criatividade, ele veio pra ajudar com sua técnica e musicas. Já a bateria sempre foi um problema para nós ou para todos que tocam Metal . (Quem mora em Teresina sabe) tivemos vários bateristas, porem por terem que focar em trabalho ou mudarem-se de cidade sempre ficávamos nesta mudança de baterista. Nesse tempo em que ficamos parados o Sávio estava tocando em uma banda de Rock and Roll com o Alex, e decidiu fazer o teste com ele no War Torment e deu certo.

Pedro: O que hoje em dia uma banda que executa um Death/Thrash deve seguir? Que tipo de 'ideologia' e 'ataque' vocês entendem ser eficiente atualmente no underground? E quais vocês seguem?
Marcius: Sempre achei a musica uma forma de expressar ideais e ideias, porém também acho que o a musica vem em primeiro lugar, porem uma melodia precisa de letra, Acho que o Death Metal é um estilo que presa mais pela sonoridade e não pela temática lírica. ou seja é um estilo sem frescura e não atrelado a Ideologia fixa!

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Pedro: Considerando os temas que o War Torment aborda em suas letras, você consideraria recusar a dividir o palco com bandas com as quais você tenha diferenças ideológicas, como bandas cristãs ou algo do tipo?
Marcius: Na nossa opinião não podemos sair perguntando qual a religião de cada membro das outras bandas pra saber o que e o que não é. A temática de letras que fazemos é Agnóstica e Bélica, mas se convidarem a gente para abrir o show dos cristãos Tom Araya, Dave Mustaine e Nicko McBrain seria um grande prazer!

Pedro: Quais problemas e situações vocês saberão que irão passar com essa volta? Como irão fazer para que haja ‘dribles’ e ‘passadas por cima’?
Marcius: A principal situação é o entrosamento de todos na execução de algumas musica antigas, porem já estamos lidando bem com isso.

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Pedro: Contudo, o que esperamos para 2015, um novo material de re-estréia?
Marcius: Bem como anunciamos no show de volta, nosso objetivo inicial é gravar uma musica nova que já esta pronta e tocamos pela primeira vez neste show. A previsão será a partir do meio do ano que começaremos a gravar.

Já havia feito resenha da demo dos thrashers do Fist Banger há uns dois anos aproximadamente, mas sempre prometia fazer uma entrevista e as vezes eu mesmo esquecia (Não é desdobro, hein Vinny!?). Mas agora eis que deu certo:
Pedro: É um prazer mais uma vez dar um apoio aos brothers do Speed Thrash cearense. Última vez que vocês pisaram aqui (Menos o Jardel, tocou com o Bersek ano passado na abertura do Necrohunter) foi em 2013. Como estão? Como a banda está no momento se adequando a novas tendências e shows?
Vinny: Fala Pedrao, primeiro de tudo parabéns e obrigado pela entrevista. Estamos bem cara, com muita correria mas bem, nada fora do normal, estamos compondo musicas novas pro Full e bebendo um pouco (risos).


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Pedro: Falando em se adequar e nova formação... Desde ano passado vocês contam com mais um ‘invasor thrasher’ aí de Fortaleza, dando um gás a mais para as composições e nas bebedeiras que ocorrem. Como foi o processo de entrada desse maníaco? Vocês viram que era necessário mais uma guitarra por qual motivo?
Vinny: Acho que desde que o Fist Banger foi formado eu sempre tive na cabeça a ideia de um quinteto, o Jardel sempre mandou muito bem sozinho mas a banda pedia mais uma guitarra ao vivo saca, e o Igor já era um grande amigo de infância do Jardel, estudaram juntos a mais ou menos 8 anos atrás se não me engano, voltaram a se ver no show do Skull Fist em setembro de 2014 aqui em Fortaleza, daí estávamos com a vaga aberta e ele mandou a ideia pro Igor que para a nossa sorte já conhecia nos conhecia e curtia bastante nosso som, então foi tudo fluindo naturalmente.

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Pedro: Possuindo uma demo de estréia, re-lançaram ano passado o mesmo EP + 1 faixa bônus (Podem me chamar de irresponsável, sempre que guardo a grana pra comprar pago outra coisa sem querer) através de selos conhecidos nacionalmente e já estão a caminho de lançar o mesmo material em tape (Ou é engano meu?) + 2 faixas bônus. Será que com essas junções podemos aguardar ainda esse ano por um Full? Em 2013 você tinha comentado que iriam gravar, e já estamos em 2015.
Vinny: Pois é, a demo foi relançada em formato EP - CDr-Pro pelo selo Obskure Chaos (SP) e agora em formato TAPE pelo selo Divine Blasphemies (PA), e sim, podemos esperar pelo Full que com certeza sairá esse ano, os shows meio que atrapalharam um pouco na parte de parar e compor algo novo, mas agora estamos cessando as atividades de shows para nos reunirmos mais e colocar em prática o que estiver sendo feito para que esse Debut enfim saia do forno.

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Pedro: Depois de alguns anos em baixa, nos últimos anos o Thrash, Death e o Speed Metal vive um momento forte, com muitas bandas antigas voltando (Exemplo claro é o War Torment, que abriu para vocês no evento) e outras aparecendo. Como você vê esse cenário nos dias de hoje?
Vinny: Isso é muito bom, pois a nova geração de headbangers que vem aparecendo agora tem dado muito valor ao que foi feito lá atrás, fazem questão de procurar por bandas da época ou que tenham um linhagem musical ligada a bandas da época, e a energia que essa galera passa nos shows é incrível. As bandas antigas voltando a atividade, ah mano isso pra mim é muito importante, pois mostra que isso que a gente tanto ama e leva como parte fundamental das nossas vidas nunca vai morrer, e também serve como estímulo para novas bandas nascerem e as que já existem crescerem cada vez mais.

Pedro: A banda é composta por músicos muito experientes que já atuam na cena metal há algum tempo. Alguma vez os projetos paralelos de algum de vocês atrapalhou em algo? Há quanto tempo cada um de vocês está na estrada?
Vinny: Na verdade em relação a banda ainda somos bem novos, o mais experiente é o Paulo (Bateria) pois ele é o guitarrista e fundador do Oraculo (Heavy Metal) e já vai com seus mais de 20 anos de banda, eu quando comecei a cantar, sério mesmo foi a uns 2 anos, o Jardel acho que toca a uns 9, o Igor a 4, e o Yan a uns 3 anos.

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Pedro: Falando em outra banda; Jardel, você está a cargo do Bersek (Death Metal) e Paulo no Oráculo (Heavy Metal), já acho bem difícil manter uma banda (Sou integrante de uma e tenho mais 3 projetos sendo gravados aos poucos), e equilibrar duas bandas de gêneros diferentes deve ser uma madeirada na cabeça muito forte. Como consegue conciliar essas duas atividades diferentes?
Jardel: Cara, é difícil mas a gente entra em acordo e tal. A dificuldade principal não é o tempo e sim dinheiro para ensaios e manutenção dos instrumentos.

Pedro: Fist Banger veio da finada Butcher Thrash. Lembro-me que houve até repercussão bacana quando o nome possuía este nome (Algumas camisetas rodam até hoje por aqui na cidade). Porque houve tanta mudança? E porquê mudaram o gênero que tocavam?
Vinny: Na verdade não houve tanta mudança e principalmente no som, apenas uma banda acabou e outro começou dando continuidade ao que vinha sendo feito no Butcher, quanto ao som só aumentamos a velocidade e a agressividade nas musicas.

Pedro: Ser banda de Thrash/Speed Metal independente hoje no Brasil é ser o que?
Vinny: É ser mais uma em meio a varias outras bandas lutando pelo Heavy Metal em geral, é ser forte e ter a 'casca dura' pra manter vivo o amor por esse som, essa vida, e enfrentar as dificuldades e todos os obstáculos que aparecem.

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Pedro: O que vocês acham dessa galera que faz sucesso muito rápido hoje em dia, isto é, sobre o mercado musical? E desses movimentos em prol ao rock atuais, como coletivos, etc...?
Vinny: Eu acho que fizeram por merecer, e não diria sucesso e sim reconhecimento por algo bem feito, principalmente quando se fala do meio underground. Quanto a rapidez do reconhecimento não vejo como algo que seja fora do normal, pois não existe um prazo de tempo pra algo ser reconhecido como bom saca.

Pedro: Que o poder do Thrash estejam a favor de vocês. Ergam seus copos e horns up! Obrigado pelo tempo concedido. Qualquer hora estarei em Fortaleza e iremos virar vários copos de cerveja!
Vinny: Agradeço em nome do Fist Banger pela entrevista mais uma vez e nos vemos em breve qualquer dia. Stay fucking Heavy!

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Recentemente resenhei ( http://www.fullrock.com/reviews/cds/review-cd-symphony-draconis-supreme-art-of-renunciation-2/06022015/ ) o debut da banda gaúcha, Symphony Draconis, onde foi bastante curtida nos sites postados e bem aceita pela banda. Foi uma imensa satisfação trocar idéias com algum dos integrantes e presenciar uma das bandas que mais se destacaram pra mim em todos esses anos.

Pedro: Brother, é um prazer entrevista-los e fazer parte da história da banda. O Rio Grande do Sul sempre teve bandas boas , e vocês não ficaram atrás. Quase 10 anos na ativa a sonoridade do Symphony Draconis não se prende a rótulos e pouca técnica, com um amadurecimento em cada composição (Diferente do ‘Inside the Horned Pentagram’), tanto na parte sonora das músicas e na qualidade da gravação, mas principalmente em relação as letras. Apesar de ser o primeiro debut da banda, houve algum tipo de apreensão?
Nekard: Em primeiro lugar, o prazer é meu em conceder a entrevista, pois é sempre bom saber que há pessoas interessadas no nosso trabalho e em divulgar a nossa arte. No tocante ao lançamento do debut, não houve pressão alguma, tivemos nossas experiências somadas no processo de composição e gravação, mas tudo ocorreu de forma bastante tranquila, até porque todos os integrantes da banda já tem estrada dentro do underground, e foi algo feito entre pessoas que tem uma linha de pensamento muito parecida.


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Pedro: Symphony Draconis é uma grandiosa horda que possui seus serviços destinados à causa nefasta e que há um respeito inigualável, diferentes de muitas nacionais que não merecem uma cuspida no chão. Não só no Brasil mas também nos EUA (Lançando até vinil do debut), na Europa, enfim, vocês possuem alto índice de sucesso, o que resultou tudo isso acontecer tão rápido? Hoje em dia é fácil conseguir ter o nome fora do Brasil, difícil é agradar quem está lá.
Nekard: Eu sinceramente acredito que a boa aceitação é resultado de um balanceamento delicado de vários fatores que variam desde a logística, divulgação até o fator principal que é ter algo a oferecer além do óbvio. Considerando os comentários positivos que fazem a respeito da banda, eu diria que é justamente a atmosfera e a evidência de que não estamos apenas despejando um material feito por fazer, são os fatores que mais contribuem pra que chamemos a atenção de interessados tanto em ocultismo quanto em arte como um todo.

Pedro: Apesar da sonoridade bastante oposta vocês possuem um visual de banda semelhante ao do Dimmu Borgir, qual foi a razão por optarem a isso? E a reação do público? Até porque não é comum abrir um encarte ou ir a um show e perceber algo assim.
Nekard: Pra falar a verdade, é a primeira vez que alguém me faz esse tipo de associação e eu sinceramente não vejo tal relação, ao menos não mais que com outras bandas de black metal com um visual clássico e sem corpse paint, sendo assim, jamais tivemos uma reunião que definisse nos vestirmos de maneira parecida com uma ou outra banda. Em termos de reação, acho que pra quem vê um show nosso não é difícil perceber que há todo um contexto no qual exploramos ir além da música, há pessoas que tem uma visão negativa disso, mas pra mim a pessoa está sendo limitada. O metal é definitivamente o estilo musical que vai mais além do áudio e sempre foi assim, de modo que ignorar isso é simplesmente abnegar um aspecto importantíssimo para o que queremos atingir.

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Pedro: Falando em integrantes, vocês estão desde 2006 com a mesma formação? Qual foi o maior desafio para que isso acontecesse? Em algum momento tiveram algum problema?
Nekard: Não estamos, a banda sofreu baixas ao longo dos anos nos quais estabilizamos a formação pra atual logo antes de iniciarmos as gravações do Supreme Art Of Renunciation. E é sempre complicado fazer uma mudança na formação ainda mais para o nosso caso o qual primamos tanto pelas idéias estarem em harmonia, mas certamente desde a estabilização em 2012, a banda evoluiu muito e está em sua melhor fase.

Pedro: Uma coisa que me deixou surpreendido do inicio ao fim do trabalho de vocês foi a imensa capacidade de mesclar ocultismo, thelema, zoskia, discordianismo sem precisar apelar para aspectos que realmente nem merecem ser citados no momento em questão. Muitos acham que a música transmitia em si do Black Metal tem que ser único e sem mesclar muitos temas (Sim, existem!). Como você observa essa relação com o Symphony Draconis?
Nekard: Eu diria que a nossa música, e até o black metal de forma mais geral são sim variações de um mesmo tema, mas aí entra toda aquela parcela de gente que simplesmente não entendeu o que é o satanismo. No nosso próprio álbum temos referencias à mitologia,filosofia,satanismo ortodoxo e pensamentos contemporâneos que se referem ao que a nossa filosofia se propõe: A renunciação.

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Pedro: Não sei atualmente, mas há tempos atrás alguns não pensam direito no qual futuro uma banda/projeto quer seguir, no início o que desejavam? O mesmo impulso que gerava energia é o mesmo de agora? Como você observa com todo detalhe o que tocam? O Black Metal pode ser somente um estilo de vida?
Nekard: O Symphony Draconis é composto por pessoas que conforme eu elucidei anteriormente, estão há um bom tempo no underground, seja em outras bandas ou fazendo parte da cena indo em shows e levando como um estilo de vida mesmo, sendo assim, a idéia que nós temos para como seguir com a banda sempre foi muito clara e comum entre nós, não somos adolescentes deslumbrados com um mundo de rockstar mas também não somos uns desleixados com o que acreditamos e com o que queremos transmitir. Considerando esse aspecto, sempre procuramos levar a nossa música para lugares aonde hajam pessoas interessadas. Se tem algo que os anos de underground inegavelmente nos trouxeram aos montes, foram bons amigos de várias partes do mundo.

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Pedro: Teresina ficou bem distante para vocês, aliás, falando sobre algo relacionado: Uma turnê nacional ou internacional, alguma coisa preparada ou que está sendo planejada? Na distribuição do vinil não era pra menos ter rolado algo assim, não é? Mas pelo visto não aconteceu.
Nekard: Bom, infelizmente no mundo do underground as coisas não são tão fáceis, pois todos os músicos tem empregos que pagam suas contas e a música acaba sendo algo que se faz muito mais por prazer do que pra se viver disso, o que de certa forma é o que imprime a autenticidade do metal nacional e o faz ser tão respeitado. Fora os muitos percalços que sempre enfrentamos como qualquer banda daqui, nós planejamos sim em princípio uma turnê aqui no Brasil, aonde a região nordeste foi a primeira cogitada justamente pela ideia muito positiva que temos de tal cena, já shows fora do país, são sempre estudados e considerados, tendo em mente fazer sim uma turnê tão logo for possível.

Pedro: Chegaram em uma reunião e concluir: ‘’PRONTO, ISSO AQUI É QUE VAMOS TOCAR AGORA’’. Ou vão seguir o mesmo padrão nas próximas composições? Podem adiantar algo?
Nekard: Nunca houveram tais reuniões porque sempre trabalhamos em sinergia, então acredito que algo que não tenha a cara da banda sequer será cogitado. Posso adiantar que estamos em fase de composição para um novo álbum que sairá no ano que vem, e ainda esse ano lançaremos uma música em um split compacto 7" com a banda Denied Redemption que sairá pela Misanthropic Records.

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Pedro:Que os portões das mais profanas filosofias ergam-se para entoar uma grande áurea para vocês. Desejo todo sucesso e apoio! Obrigado por disponibilizar esse tempo para entrevista
Nekard: Eu é que agradeço pelo interesse nas idéias e em divulgar o nosso trabalho. Que o nosso underground tanto em bandas quanto em veículos de comunicação e demais envolvidos tais como organizadores de eventos, distribuidores de merchandising, fotógrafos, roadies e qualquer outra pessoa que contribui para manter a chama acesa, siga triunfante como sempre foi apesar de todas as dificuldades. Draconis contra omnia quod tu sacra!

Fechando com chave de ouro não só o evento, Selvageria, que infelizmente perdi a oportunidade de presenciar o show da banda na abertura do Assassin em 2012, mas após uma longa espera eles voltaram com força total e um ataque selvagem fora do normal.

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Pedro: Velozes e intensas saudações a vocês headbangers. Primeiramente gostaria de agradecer e dizer que é uma grande honra fazer essa entrevista com a banda. De inicio gostaria de saber como estão atualmente e os planejamentos que podemos aguardar.
Selvageria: Selvageria agradece o espaço. Bom o que podemos adiantar e que estamos finalizando as musicas para o segundo álbum "Ataque Selvagem" algumas delas já tocamos em shows , outras ainda estão sendo finalizadas.
Ainda não temos data certa para o lançamento , mas que tudo der certo para o ano de 2015. E depois já sabem, mais destruição nos shows vindo por aí.


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Pedro: Atualmente nesse Underground que nos rodeia é tudo tão difícil e complicado, precisamos de muita articulação e paciência para que possamos desenvolver aquilo que queremos em um nível satisfatório e que demonstre esforço mesmo com muita coisa ‘’emperrada’’ por conta de irresponsabilidade e compromisso (Principal fato disso é quando vamos gravar algo e as vezes há imprevistos para conclusão do mesmo, causando impacto variados e desmotivação dos integrantes. Não sei se com vocês é assim ou se já passaram, mas acontece né?!). Isso explica o lançamento de apenas um full?
Selvageria: Bom, tudo gira em torno do financeiro, Selvageria vive no underground, não temos gravadora, empresários, todas essas parafernálias de banda grande. Tudo que fazemos desde compra de equipamentos, ensaios, transporte, etc... tudo é bancado pela banda, a gravação de um álbum é caro aqui no Brasil, nossas vidas pessoais que não é fácil, emprego, família, rotina, etc... tudo isso influencia na banda.

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Pedro: 17 de outubro foi a data pela qual lançaram o Split com o Flageladör, certo? Não era pra menos vocês dividirem nome com uma das bandas mais incríveis que conheci nesse cenário, um lançamento via Obskure Chaos Distro. Nos conte mais sobre como se deu esse lançamento e quais ‘frutos conseguiram colher’ com isso. Saiu como esperado?
Selvageria: Na verdade isso é um relançamento da nossa primeira demo , que saiu em 2005, com a primeira formação da banda. A gravação usada foi a original, foi legal para o pessoal que tinha vontade de obter a demo que já estava extinta a um bom tempo.

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Pedro: Já se passou aproximadamente 6 anos após o lançamento de ‘’Selvageria’’, onde se encontra o novo material? O que anda rolando de imprevisto?
Selvageria: Esse ano de 2015, vai sair se der tudo certo. Os imprevistos já foram citados acima, tudo gira em torno da parte financeira. Logo estaremos fechando com um selo para fazer a distribuição, tudo vai ser divulgado, assim que finalizado.

Pedro: São 10 anos de atividade, inúmeros shows conquistados, públicos em cada canto do Brasil e do mundo, muita bebida ingerida e 4 registros lançados. A primeira demo gravada em 2005 (Cacete, realmente 10 anos já?) que chegou com força total o que a banda iria mostrar ao público. Vamos voltar um pouco no tempo; quando surgiu a ideia de resgatar os valores originais do Metal brasileiro, principalmente em parte de letras? Até hoje vocês conseguem fazer a mesma linha que determinaram fazer no primeiro registro.
Selvageria: Sim, o som da banda continua na mesma linha do inicio, na 1º demo a banda contava com outra formação, atualmente a banda conta com o som mais agressivo e rápido.
Com as releituras das musicas da Demo, as mesma ficarão mais agressivas e pesadas, com riffs e a bateria cada vez mais destruidoras, quem já esteve em um show sabe do que estou falando. Resgatando os valores do Metal Nacional, que já estava perdido um bom tempo no Brasil.


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Pedro: Infelizmente hoje em dia vemos muitas atrocidades e bandas que não se dedicam com seu trabalho. O Cenário nacional sempre teve esses contratempos. O que você tem a dizer sobre isso? Nos fale de bandas que merecem na real ser entendidas como UNDERGROUNDS e aquelas que não merecem.
Selvageria: Bom o undergroud sempre está no contra de tudo o que é comercial, sempre tem bandas surgindo e sumindo, isso é normal no undergroud. Poucas bandas resistem por anos (Já estamos a 10 anos), não vivemos da banda, praticamente não ganhamos nada com isso, mas o publico e o amor ao Metal nos mantem vivos por todo esse tempo.
Agora bandas que não são undergroud, bom ai são bandas formadas por músicos não por headbangers.


Pedro: Em 2012 vocês pisaram pela primeira vez aqui em Teresina para abrir o show do Assassin, infelizmente não pude presenciar, mas amigos me mostraram vídeos, fotos e se impressionaram como a atuação de vocês. Vocês tocaram agora no 1° União Metal, como foi tocar aqui novamente? O que acharam do público? Sentiram alguma mudança?
Selvageria: Cara, na primeira vez que pisamos em TereHell, não tínhamos ideia do publico que iriamos encontrar, o show foi demais, foi uma destruição Total, o Assassin que me desculpe mas quem abriu o show foi eles (risos). Agora na nossa segunda passagem por TereHell, no União Metal 1° Edição, mostramos que o Metal Nacional não perde em nada para as bandas gringas (com todo o respeito) o publico está aderindo cada vez mais a bandas da cena Nacional, mas ainda falta um longo caminho para chegarmos lá com força total. Mas voltando ao show foi destruidor, fizemos um show mais que completo, o publico está de parabéns!

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Pedro: Bandas como Comando Nuclear, Comando Etílico, Flageladör que possuem histórico de cima a baixo de letras em português são respeitadas sem pensar duas vezes, para vocês, Inglês ou português? Qual a importância da língua para vocês hoje em dia no underground?
Selvageria: Bom, vamos ser direto; Tosco e sujo...(risos) letras em português, moramos no Brasil, porque não falar a nossa língua para que todos intendam?! Sem restrições e 'embromations'
Passamos a vida correndo atrás de tradutores, dicionários em inglês para entender as letras da bandas, agora eles que nos escutem! Aqui no Brasil existe um enorme publico, muita gente mesmo que lota estádios e casas de shows para as bandas gringas, porque não isso para as bandas nacionais?
Ao passar desses mais de 10 anos de Selvageria, temos vendo que cada vez mais o publico vem aderindo ao Metal cantado em português, isso é muito bom, ficamos felizes com isso, mas como já citei ainda há um longo caminho a ser percorrido. E contamos com VOCÊS para que o Metal Nacional nunca morra!


Pedro: Fama ou sucesso? Álcool ou prazer? Essa vai ser difícil.
Selvageria: O Álcool sempre está no Sangue. Mas o sonho de ser famoso sempre está na cabeça, isso gera um grande prazer(Risos).
Metal Nacional sempre..

Pedro: É com muita bebida destilada que brindo com vocês e agradeço enormemente finalizando essa entrevista dizendo: O álcool no sangue e o ódio na mente.
Selvageria: Valeeeu

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Fotos por: Paulo Mendes, Mary Matos, Romulo Clemente, Célia Mônica, Bueiro do Rock, bandas.
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About Fábio Pitombeira

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

1 comentários :

  1. […] Quer conhecer mais o trabalho do War Torment? Acesse a entrevista que ocorreu no União Metal 1° Edição: http://www.fullrock.com/entrevistas/1-uniao-metal-parte-2-com-entrevistas-de-todas-as-bandas/0204201… […]

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