Revolution Rock: tudo que rolou na terceira edição do festival

Por: Thiago Borges. Texto originalmente publicado no PopDate.

13 de julho, dia mundial do rock. Este foi o dia escolhido para a realização da terceira edição do Festival Revolution Rock, evento que vem se destacando na agenda cultural da cidade e mostrando que veio para ficar.

Sete bandas locais, Tanatron, Fúria Louca, Jack Devil, Royal Dogs, Smokin'Kills, Lethal Crossing e Forte Calibre foram as escolhidas para esta edição. Cada banda com a sua peculiaridade, homenageando o rock universal, mas tocando musicas próprias e levantando a bandeira do rock autoral maranhense. A terceira edição do Revolution Rock aconteceu no Pharmacia Chopp, bar conhecido do público por sempre abrir suas portas para eventos de rock na ilha.

[caption id="attachment_15413" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

QUE COMECE O SHOW

Por volta das 19h o som já estava rolando com a discotecagem de Aritana Varney, que tocou durante toda a noite o melhor das vertentes do metal. O público chegou cedo e rapidamente foi se aglomerando na porta do local. Talvez muitos ali ainda não tinham parado para analisar o tamanho da importância daquela noite.

Em uma cidade na região nordeste, onde o forte, infelizmente, ainda são os shows de bandas cover, um evento conseguiu encher uma casa com público variado, mas com um objetivo em comum, prestigiar o rock feito por maranhenses. Confira como foi a performance de cada banda:

Lethal Crossing

[caption id="attachment_15414" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

Com pouco tempo em atuação (a banda foi formada em 2012), a Lethal Crossing fez bonito e mandou muito bem na abertura do festival. Por volta das 20:40 a guitarrista e vocalista Gabriella Vilar, de apenas 14 anos, começou o incendiário show da Lethal e provou que a banda não estava no evento a toa. Foram 30 minutos de puro thrash metal onde foram executadas 5 músicas próprias e uma cover. Confira o set list:

1. Conspiracy
2. Desire by Kill
3. Move Up Your Ass
4. Holy Drugs
5. Without God
6. Zombie Attack (Tankard Cover)

Forte Calibre

[caption id="attachment_15415" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

A Forte Calibre entrou as 21:30 no palco. Foi um show rápido, aproximadamente 25 minutos, mas que foram suficientes para a banda mostrar o seu excelente hardcore e metal. Com uma pegada bem pesada a Forte Calibre, comandada por Marcos Vinicius, fez a galera pular ao som de suas musicas com teor de protesto e crítica social. Foram tocadas cinco músicas, sendo duas autorais, “Suas Leis” e “Destruição”. Segue o set list:

1. Intro/Bota pra Lascar (Macakongs 2099)
2. Reze por Nós (Infecção Raivosa)
3. Destruição
4. Suas Leis
5. This is Now (Hatebreed cover)

Jack Devil

[caption id="attachment_15416" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

Os thrash demons foram os responsáveis pela maior euforia dos presentes. A banda subiu ao palco por volta das 22h e já foram logo puxando o público que estava espalhado pelo salão. Nos primeiros riffs já se formaram as rodinhas de pogo. Na empolgação, logo na primeira música algumas pessoas começaram a subir no palco para dar o tradicional mosh (pular do palco para a platéia), e em uma dessas um rapaz pisou e desregulou a pedaleira do guitarrista e vocalista André Nadler. Nada que fosse um problema para a banda. Ao fim da música Nadler deu alguns passos para trás e disse “galera, esse espaço aqui na frente é de vocês, mas tomem cuidado com os equipamentos”, e prosseguiu com o show normalmente.

A partir dali o que se viu foi um verdadeiro incêndio da banda, que manteve a performance em alto nível do começo ao fim nos, aproximadamente 50 minutos de show. Foram tocadas sete músicas, sendo algumas delas executadas sem intervalo. André Nadler se mostrou muito feliz e soltou uma série de elogios ao público, técnicos de som, organizadores do evento e a própria banda. Para encerrar o vocalista perguntou “ei! Voces gostam de Sepultura?” Recepcionado pelos gritos da galera ele falou da influência da banda na sonoridade da Jack Devil e fecharam com “Arise”. Saca o set list:

1. Faster Than Evil / 2. Thrash Or Die
3. Flashlights / 4. Road To Hell
5. Bastards in the Guillotine
6. Under The Metal Command
7. Arise (Sepultura cover)

Royal Dogs

[caption id="attachment_15417" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

A pressão seria grande para qualquer banda que fosse tocar logo após a Jack Devil e ter a missão de manter a galera no mesmo clima, mas isso não pareceu problema para a Royal Dogs. A banda subiu no palco às 23:20, e sem mais delongas mostrou logo a que veio, tocar rock’n roll de altíssima qualidade.

Donos de um sleaze rock cheio de atitude, Felipe Hyily e sua trupe fizeram um show de mais de 40 minutos de hard e punk rock, mostrando uma ótima sintonia entre os integrantes e domínio de seus instrumentos. Com uma bateria bem rápida e guitarras distorcidas o Royal Dogs mostrou a proposta mais diferente da noite, ganhando total apoio do público. Foram 9 músicas, sendo 5 autorais. Também não faltaram elogios de Felipe Hyily ao evento. Confira o set list:

1. The Clash (Backyard Babies cover)
2. Next To You (Buckcherry cover)
3. To Pretend
4. The Black Ace
5. Generation Wild (Crashdiet cover)
6. Lesbianeasy Loverboy
7. On Spree Of A Gang
8. Master Of The Dogs
9. Sucker Train Blues (Velvet Revolver cover)

Fúria Louca

[caption id="attachment_15418" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

Sem dúvida o show que mais teve participação do público. Já era quase 01h quando a Fúria Louca subiu ao palco. Quem achou que a galera já estava cansada depois de 4 bandas e quase 4 horas de show estava bastante enganado. O público havia se espalhado por todos os cantos do Pharmacia Chopp, quando a banda começou a tocar “Fatuous Fire”, e pronto, a frente do palco encheu.

A já conhecida performance da Fúria não deixou nada a desejar. Os caras estavam inspirados e colocaram a galera para pular e cantar de cor e salteado praticamente todas as músicas. O auge veio nas canções “The Criminal Novel”, “On the Croup of the Sinner” e “Rock Fever”, todas cantadas em coro pelo público. O vocal Henrique Sugmyama apresentou cada música devidamente pelo seu nome, sempre com um “obrigado” ao final de cada uma. Henrique também ressaltou a importância do evento para a cena do rock local. Ao todo foram 11 músicas executadas em aproximadamente 01h de show. Segue o set list:

1 Fatuous Fire
2 Lost n' Found (I Sold My Soul For Rock n' Roll)
3 Wild Child (Cover do W.A.S.P)
4 In a war by love
5 Headlines
6 Wild Horse Sitting Bull
7 The Criminal Novel
8 On the Croup of the Sinner
9 Rock Fever
10 Fúria Louca
11 Bang Your Head (Cover do Quiet Riot)

Tanatron

[caption id="attachment_15419" align="alignnone" width="550"]imagem/divulgação imagem/divulgação[/caption]

A Tanatron iria se apresentar logo após a Fúria Louca, mas por motivos de saúde do baixista e vocalista Nyelson Weber, o show não pôde acontecer. Segue a nota de cancelamento da banda:

Infelizmente a banda Tanatron foi obrigada a cancelar sua participação na terceira edição do Revolution Rock em São Luis, no dia 13 de julho.

Um problema de saúde com o baixista e vocalista, Nyelson Weber, que se agravou nos últimos dias, foi o motivo.
O vocalista estava em tratamento intensivo e até horas antes do evento tentava estar em condições para se apresentar, o que acabou não acontecendo.

As apresentações da Tanatron são marcadas por performances intensas e energéticas, o que poderia agravar as condições do vocalista. Além disso, a banda chegou ao consenso de que não seria justo com o público uma apresentação sem perfeitas condições.

Para a banda, o show era muito importante, já que na mesma semana completou 17 anos de carreira e a expectativa para tocar no festival com outras 6 bandas locais era grande, bem como os comentários de amigos do público que aguardavam a apresentação. Este foi o segundo cancelamento de show em toda a carreira da banda.
Tanatron pede desculpas ao público e aos produtores do Revolution Rock por este problema, que foge ao controle da banda.

Após a recuperação do vocalista, a banda tem agendada ainda em julho, a gravação de uma nova música que será trilha de seu primeiro clipe oficial.”


Smokin’Kills

[caption id="attachment_15421" align="alignnone" width="550"]Foto/Fabio Matta Foto/Fabio Matta[/caption]

A responsabilidade de encerrar o Revolution ficou nas mãos do Smokin’Kills, e isso depois de um super show da Fúria Louca. Imagina só. A banda subiu ao palco e não desconversou, foram direto ao ponto. Quem ainda não conhecia o som dos caras (como eu), e não tinha expectativa nenhuma sobre o show ficou pasmo de ver aquela performance cheia de feeling e rock’n roll de altíssima qualidade.

Usando como armas bateria, baixo e guitarra somados ao vocal caprichado de Do Vale o Smokin’Kills fez um show com muito hard rock e blues, levando o público a dançar ao som de espertos riffs. Do Vale, por sinal, tem uma performance cheia de referências, como se fosse uma mistura de Scott Weiland com Axl Rose, com direito a dancinha segurando o pedestal e tudo.

Mas o destaque da noite ficou mesmo com o guitarrista Lucas. O garoto parecia possuído pelo espírito do rock. Solos inspiradíssimos, riffs matadores e uma performance tão empolgante que chegou a lembrar o velho Angus Young do AC/DC. O show durou cerca de 50 minutos e fechou o festival em alto nível. Confira o set list:

1. Rock'n'Rollin' Man
2. Poison in the Tongue
3. Drinkin' a Lot
4. Shoot 'Em Down (Cover Twisted Sister)
5. Take it Easy
6. Hair of the Dog (Cover Nazareth)
7. My Girl
8. Tush (Cover ZZ Top)
9. Whole Lotta Rosie (Cover AC/DC)

COM CHAVE DE OURO

E assim terminou mais uma edição do Revolution Rock em São Luís. Uma noite especial para a cena rock local, mostrando que mesmo sendo um evento mais focado na música pesada o festival é a prova de que é possível reunir público de todas as vertentes e mostrar em amplitude Nacional que o Maranhão possui uma cena invejável de rock autoral, com bandas de qualidade, seja no metal, punk, hardcore, hard rock, Blues ou qualquer outro estilo. Fica o exemplo. Parabéns Revolution Rock. Parabéns ao público. Parabéns para as Bandas. E que venha mais.

Fotos por Fabio Matta. Confira:

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About Fábio Pitombeira

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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