Rock N’ Roll na terra dos aiatolás: Top 10 da música iraniana

Texto de Miguel Martins do Blog Rock Nordeste.

Se você não sabia que existia, saiba que existe. Nas próximas linhas apresento a vocês um pouco do Rock N’ Roll da terra dos Aiatolás, o Irã. O rock iraniano é amplamente produzido na Europa e também em círculos underground de Teerã, a Capital do Irã. Quase que em sua totalidade cantado em persa, o que demonstra o sentimento de nacionalismo dessa galera, o Rock do Irã, é claro, tem suas raízes no rock americano, britânico e também no alemão. No entanto, alguns elementos do País são inseridos no som dos caras para dar um ar mais original (e exótico, cá para nós).

[caption id="attachment_13382" align="alignnone" width="550"]Yellow Dogs entre os Top 10 Yellow Dogs entre os Top 10[/caption]

No início da década de 1970, assim como na maior parte do mundo, a cena roqueira do Irã começava a dar seus primeiros passos, mas infelizmente (e é infelizmente mesmo), em 1979, com a “revolução” islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini proibiu o rock, assim como toda forma de de expressão musical no País, o que foi um atraso e retrocesso para um lugar que começava a mostrar seus estilos mais íntimos.

Na verdade, toda a música foi proibida, inclusive, com instrumentos musicais sendo queimados em praça pública. Gravações, concertos e o porte de instrumentos, tudo, tudo foi proibido.

A música é como uma droga. Quem adquire o hábito já não pode dedicar-se a atividades importantes… Temos de eliminá-la completamente”, disse o aiatolá a uma rádio daquele País.


Vender instrumentos musicais era crime. Ou seja, naquela época, era o mesmo que traficar drogas aqui no Brasil. Crime com direito à punição e prisão.

Somente em 1990, o então presidente Mohammad Khatami decidiu defender um ambiente cultural mais amplo e o Irã chegou a vislumbrar um florescimento de uma turma “raçuda”, que curtia rock e porque não, heavy metal, death metal e por aí vai. Daí a cena underground iraniana foi surgindo e no final dos anos 1990 o público dessas bandas também apareceu, ainda que os shows sejam restritos pelo Governo e as bandas tenham que pedir permissão para poderem realizar suas apresentações de rock, o que requer que a música passe por uma censura do Ministério da Cultura. Isso te lembra alguma coisa?

Acreditem se quiser, mas o diretor Bahman Ghobadi chegou a ser preso duas vezes enquanto rodava o filme, é claro, por querer passar uma imagem que vai contra aos padrões rígidos de seu País. Ele insistiu na produção por causa do “entusiasmo” e “energia” dos jovens atores. Não perca tempo e corra atrás desse filme, porque é um deleite só e muito dificilmente você irá encontrar nas “melhores locadoras”.

Dito isto, vamos ao top ten do Rock Iraniano.

10. Ahoora
Banda iraniana de death metal na terra dos aiatolás? Pois é, o que vale é o resistir. A banda já lançou três discos Ahoora (2006), All in Blood with You (2007), e Awkward Diary (2010). Este último com elementos do Heavy Metal, Groove Metal, Hardo Rock e Jazz Melódico.

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09. Aliaj
O Aliaj é a banda de metal mais antiga do Irã, e olha que os caras formaram o grupo há apenas 12 anos, em 2001. Até o momento só se tem notícia de um álbum lançado pelo grupo, sendo três em persa e o resto em inglês. O grupo já se apresentou em alguns shows em sua terrinha e atualmente tocam um estilo mais para o lado do rock progressivo.

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08. Atria
O Atria é um dos grupos mais foderosos que existe. Tocando o que se denominou technical/melodic death metal a banda surgiu em 2007 tocando cover do Iron Maiden, Slayer e Megadeth. O primeiro álbum dos caras, chamado “Sound Of Atria “ foi lançado no dia 16 de agosto de 2010.

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07. The Yellow Dogs
“Os cães amarelos” (que nome!) são de Teerã, no Irã, e cantam em inglês, com muita influência da música dos anos 1980, em especial Joy Division. A música dos dogs não foi aprovada pelo Ministério da Cultura e Orientação Islâmica do Irã, e, por isso, como a maioria, é considerada ilegal. E como a maioria também, os meninos se mandaram para os Estados Unidos, a fim de terem mais liberdade e melhoria do som.

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06. Kiosk
Talvez a banda iraniana mais promissora de seu País, apesar de ter todos os seus seis discos proibidos por lá. O Kiosk tem em sua música influências do blues, rock alternativo e country rock, com é claro, pitadas de regionalismo.

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05. Bomrani
Como diz na página oficial do Facebook deles,Bomrani é formado por um grupo de moleques que se inspiram no blues e na música country, tentando conquistar um público iraniano com esses estilos, adaptando cada letra ao farsi. Rola muito improviso no som dos caras e muitas das vezes tudo não passa de uma brincadeira, sem qualquer pretensão em especial. Por isso curto eles.

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04. Mohsen Namjoo
Considerado pelo New York Times como o Bob Dylan do Irã, Namjoo é um mestre na arte de fazer boa música, com letras marcantes que falam da cultura, religião e cotidiano da sociedade iraniana. Influenciado pelo Blues e Rock, o artista foi ao longo de sua carreira foi construindo os alicerces para fazer a crítica que queria ao Governo de seu País. Em 2006 foi condenado à prisão de cinco anos por tribunais iranianos por supostamente ter ridicularizado o “ash-Shams”, um sura do Alcorão na canção chamada “Shams”. Foi condenado, mesmo pedindo desculpas em público.

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03. Ballgard
Formada em 2005, a Ballgard é uma banda de rock underground do Irã, com umas pegadas bem rock britânico. Tudo o que ouvi deles até aqui eu gostei. Super indico o disco Rajazzalin.

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02. Eendo
Por que o Eendo aqui? Bem, a dupla está em seu primeiro disco, Bord o Baakht (Ganhar ou perder em farsi), e como os dois acreditam, o ritmo é o caminho que deve ser seguido, por isso não se prendem a estilos musicais. Tanto que no álbum você vai ouvir influências de Gypsy Jazz, Rock, Klezmer, Trad Jazz, Latina e Clássica. Como o título sugere, o álbum é sobre contradições na vida: alegria e tristeza, União e Separação, compaixão e crueldade, contentamento e Ganância, celebração e Luto, amor e luxúria, intoxicação e sobriedade, divina e terrestre, alto e baixo, Vencer e perder. Ou seja, é intenso e delicado, como uma boa música deve ser.

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01. “127”
Se você ouviu e não se interessou pela história e nem pelo som de nenhuma das bandas até agora citadas, com certeza, você vai gostar de saber que o 127 resolveu fazer uma música que todo brasileiro adora. O guitarrista do Ballgard adora a música brasileira. Bem, o 127 tem uma pegada alternativa com misturas de jazz e, é claro, melodias iranianas. Os caras já têm quatro discos e o Khal Punk, de 2008, é o que todo brasileiro deveria ouvir.

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Fonte: Rock Nordeste
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About Fábio Pitombeira

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

1 comentários :

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    07/06/2015

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