ATOMIC BLAST: "É comum bandas perderem a identidade para fazer um som mais popular"

Em seus pouco mais de cinco anos de existência, o ATOMIC BLAST já possui seu nome por aí a fora no underground nacional por executar um Thrash Metal cavalar e totalmente rápido. Contudo, o maior diferencial é o que está sobreposto a toda evolução instrumental, lírica e os vocais cantados de forma visceral.
Os mesmos concederam uma entrevista para falar sobre os anos que se passaram, nova pegada, primeiro lançamento, shows e muito mais:

Pedro Hewitt - Saudações Thrashers, amigos. Como estão? Logo de início, abram riffs e falem como surgiu a banda e o porquê do nome.
Atomic Blast: A banda surgiu em meados de 2010 com os integrantes, Leonardo Ferreira – Guitarra/vocal, Luís Bruno - Guitarra, André silva - baixo, com o intuíto de seguir a linha do Thrash/Death Metal oitentista, neste período a formação da banda ainda não era firmada, sendo que posteriormente um dos fundadores da banda (André Silva) se desvinculou da mesma , no principio da banda ela se chamava “Atomic Destruction”  mas com descoberta que já existia uma banda com o mesmo nome, e com a saída de um dos integrantes trocamos o nome para “Atomic Blast”  nome firmado ate hoje, sendo também como uma forma de renovação já que começávamos uma nova etapa da banda, construindo uma nova formação, e assim definindo nosso estilo por definitivo sendo o puro Thrash Metal Old School, queríamos apresentar para cena Underground mais puro e brutal estilo, até mesmo como uma renovação uma nova alterativa já que não era comum o surgimento de novas bandas neste meio em nossa cena.

Pedro Hewitt - Vocês surgiram na cidade de Parnaíba (PI), cidade boa, mas um pouco complicada em alguns quesitos desde um certo tempo. As dificuldades são nítidas, mas como fizeram e fazem pra burlar todo esse sistema que está ativo até hoje pro lado Underground?
Atomic Blast: Seguimos nossos princípios a risca, não deixamos coisas fúteis nos corromperem, infelizmente a situação de nossa cena Underground realmente é muito desanimadora, tanto pela questão de apoio as bandas, quanto o que representa o verdadeiro Underground, o que ocorre há décadas como em qualquer meio existem vários grupos nos quais se defendem ideias divergentes dessa mesma cena o que por consequência acaba dividindo ainda mais um movimento que já é bem pequeno em nossa cidade, isso vai bem além da nossa percepção, tentamos como banda seguir o que realmente defendemos um Underground, sem diferenças de classes, em que todos estão ali por um mesmo ideal, sem preconceitos e descriminação, pensamentos estes que estão explícitos em tudo que a banda produz ou segue, outro fator negativo é esta nova geração de “headbangers”, que por seguirem ideias contraditórias e sem nenhuma base sobre a cena Underground acabam que não sendo uma renovação da mesma.

Pedro Hewitt - Como andam as bandas daí? Fazendo muitos shows? O que vocês têm a dizer sobre o cenário ao redor de cada um? E no Brasil? Quais os tipos de bandas na atualidade que merecem ser entendidas como Undergrounds e 'médias', e aquelas que, na opinião sensata de vocês, claro, não merecem ser?
Atomic Blast: Atualmente não temos um volume constante de shows como acontecia a 12 anos atrás, eventos estes que acontecia com muita frequência com muitas variações de estilos no meio Metal, o que dava muita oportunidade as bandas locais se apresentarem e dividirem palco com bandas de todo Brasil, uma época linda em Parnaíba era considera um dos polos do Metal, tanto em relação a shows, quanto ao movimento Underground que na época era bem firmada, atualmente mesmo com todas as dificuldades os eventos que acontecem conseguimos perceber cada vez menos público, o que é bem desanimador para nós, vemos uma cena estagnada sem iniciativas não em relação a shows, mas ao fortalecimento da cena, trazer de volta aquela mesmo gás do alge de nossa cidade em relação a transpirar o Underground. Sobre o cenário brasileiro, bandas que representam absolutamente ser Underground, são aquelas que não se vendem, não esquecem de suas origens, de seus princípios do que lutaram para defender estas tem nosso total apoio e respeito, bandas que não seguem tais ideais tem nosso total desprezo.

Pedro Hewitt - Infelizmente no Onslaught não poderam se apresentar, mas dessa vez virão ao INFEKTOR SELF FESTIVAL #4. Quais as expectativas pro evento? O que podem falar da banda vindo em outubro pra terra quente?
Atomic Blast: As expectativas são as melhores possíveis, um festival que a cada edição esta crescendo e já e referencia no meio Underground, ter a oportunidade de dividir palco com tantas bandas e variações de estilo e uma experiência única, além de poder apreciar o trabalho de cada uma na integra.
Em outubro iremos apresentar o lançamento de nossa demo intitulada “The Devastation Begins”, trabalho que concluímos no inicio deste ano, e que será o primeiro show desde o lançamento deste material, uma grande oportunidade para dar um up nesta divulgação, apresentando além das musicas gravadas na íntegra, musicas novas que irão fazer parte do nosso futuro trabalho, além de surpresas que só vão poder conferir quem comparecer ao evento.

Pedro Hewitt - Formações e mais formações, desde os primeiros tempos houve essas mudanças. Pensaram em desistir? E como conseguiram finalmente estabilizar um line up tão forte e ácido?
Atomic Blast: Passamos no principio por muitas mudanças na formação da banda a procura de firmar uma por definitivo, no decorrer destas mudanças acarretaram no grande atraso na produção de nosso material, pelo fato de não conseguimos ter uma base concreta e fixa em relação a ensaios e produção, mas contornamos todos os problemas, tivemos paciência, até encontrar uma formação forte e concreta, nossa maior dificuldade era estabilizar um baterista fixo na banda, foram muitos integrantes mas nenhum se firmou na vaga por vários motivos, ate que por fim fizemos um teste com Artur Rios o que veio ocupar o posto de baterista da banda, sendo esta formação que fez parte de nosso primeiro trabalho em estúdio.

Pedro Hewitt - Falando em acidez, como foi o processo furioso do material de vocês?
Atomic Blast: Foi uma experiência inexplicável, primeiro contato com estúdio profissional, preferimos para nosso primeiro trabalho um projeto com uma pós-produção mais longa, foram basicamente após a gravação três meses de pós-produção para chegarmos a um trabalho final satisfatório para todos e para o estilo que queríamos passar, foi um árduo processo até chegarmos a este resultado final, trabalho este totalmente individual sem nenhum tipo de ajuda financeira externa, o que por fim nos deu ainda mais orgulho quando finalizado por ser resultado de todo nosso empenho e persistência, material este que já esta disponível nas principais plataformas streaming para quem quiser sacar nosso som, já o material físico está em processo de produção, logo mais estará disponível para quem quiser adquirir, além das blusas e patches, nosso planejamento é colher o máximo que esse material possa nos proporcionar já visando nosso próximo trabalho em estúdio que será um EP com uma produção bem mais planejada e detalhada para conseguimos entregar um trabalho brutal.

Pedro Hewitt: O que vocês acham dessa galera que faz sucesso muito rápido hoje em dia, isto é, sobre o mercado musical? E desses movimentos em prol ao rock atuais, como coletivos, etc…?
Atomic Blast: Claro que as bandas têm total mérito pelo sucesso que fazem, mas muitas vezes, é sim uma questão de mercado, visando o lucro. É comum bandas perderem a identidade para fazer um som mais popular, que "chame" mais público, e muitas bandas hoje em dia estão nessa linha. Nós até brincamos que, tocamos pra nós mesmos, tocamos para nos agradar, diferentemente de bandas que tocam só para agradar seu público. Acredito que o sentimento é diferente.
Sobre os coletivos em prol do rock, acho válido toda e qualquer movimento que busca fomentar a cultura. Esses movimentos, pelo menos em sua ideia original, visam apoiar trabalhos autorais que envolve cultura. Todos temos conhecimento de que alguns desses movimentos saem um pouco da curva, mas pelo menos na ideia original, são fomentadores de cultura e abraçam o rock em todas as suas formas.

Pedro Hewitt - Pra fechar: Expectativas após a inserção do material de vocês no Underground neste ano de 2018 e 2019?
Atomic Blast: As expectativas são as melhores possíveis. Acreditamos que nosso som possa ter uma boa aceitação e esperamos que o feeedback seja positivo; e principalmente que a galera curta o nosso som, pois servirá de combustível para continuarmos na cena com novos trabalhos.
Pedro Hewitt - Aguardo ansioso o retorno pro mosh em outubro. Agradeço demais o tempo disponível. Tamo junto, abraço a todos e aos leais aos Underground de Parnaíba e região, morte aos falsos.
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About Pedro Hewitt

Trabalha desde 2002 com produção de shows em Teresina. Teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Heavy Metal e Rock and Roll como Paul Di Anno, Ira!, Hangar, Angra, Shaman, Andralls, Drowned, Clamus, Dark Season, Megahertz, Anno Zero, Empty Grace, Morbydia, Káfila, entre outros.

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